A fertilidade está ligada à produção de hormônios. Por isso, quando há um desequilíbrio hormonal, podem surgir alterações no sistema biológico que causam problemas nos sistemas reprodutivos de mulheres e homens, comprometendo a fecundidade.
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Desequilíbrios hormonais x Fertilidade
Segundo a especialista em medicina reprodutiva, Dra. Lilian Serio, diversos fatores podem influenciar na desregulação da produção de hormônios, como alimentação, alterações nas glândulas e sistema biológico ou processos naturais do corpo, por exemplo, a menopausa.
“Muitas vezes eles funcionam como em um ciclo, onde um hormônio pode interagir com outro e assim por diante. O desarranjo na secreção destes hormônios, seja para mais ou para menos, atrapalha no funcionamento natural do sistema e, em alguns casos, pode desencadear um efeito dominó, e que vai afetar a capacidade de fertilidade”, explica.
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O que os desequilíbrios hormonais podem ocasionar:
Síndrome dos Ovários Policísticos
Esta alteração atinge até 10% das mulheres em idade fértil no Brasil e são registrados em torno de dois milhões de casos novos por ano. A síndrome provoca uma alteração nos níveis hormonais, levando ao surgimento de cistos nos ovários e o seu aumento.
“A ovulação regular é prejudicada por esse desequilíbrio hormonal e também pela presença dos cistos. Dependendo do nível de acometimento, pode não impedir a gravidez, mas com certeza dificulta”, afirma a Dra Lilian.
Os sinais de alerta para a síndrome são:
Aumento de cravos e espinhas;
Pele oleosa;
Manchas na pele;
Queda de cabelo;
Aumento de peso;
Aumento de pêlos no rosto e na região pubiana.
Endometriose
A Sociedade Brasileira de Endometriose afirma que cerca de 7 milhões de mulheres podem sofrer com a doença e não ter o conhecimento sobre isso. Ainda não se sabe ao certo o que a causa a doença, porém, entre as possibilidades, pode ser um distúrbio hormonal que leva o endométrio (tecido que envolve a parede interna do útero) a surgir de forma inadequada na parede externa do útero.
O endométrio é o tecido que acomoda o óvulo durante o período fértil da mulher. Após esse período, o tecido descola da parede uterina, o que leva a menstruação.
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Hormônios:
Progesterona
Este hormônio produzido pelos ovários é o responsável pela preparação do organismo para a gestação e a manutenção da gravidez. O desequilíbrio deste hormônio pode prejudicar na concepção ou mesmo provocar abortos e afetar a produção do leite.
Estrogênio
O hormônio tem funções de desenvolvimento físico e sexual da mulher. Também é importante para o processo de gestação, parto e amamentação. O estrogênio também participa no crescimento folicular, que é o revestimento que envolve o óvulo, além de atuar no amadurecimento deste e ajudar no processo do encontro do óvulo com o espermatozóide. A alteração na produção afeta diretamente na capacidade de fertilidade da mulher.
Hipófise e Tireóide (TSH, T3 e T4)
A Hipófise é uma glândula que secreta TSH, hormônio que atua no controle da Tireóide no que se refere a liberação de outros dois importantes hormônios: o T3 e o T4. Essa dupla tem massiva atuação em toda a regulação do metabolismo do corpo, influenciando no peso, disposição, sono e capacidade da fertilidade.
Prolactina
Além de ajudar na produção de leite materno, durante a gravidez ela ajuda na liberação da gonadotrofina (GnRH), que regula os hormônios FSH e LH. Excesso de prolactina aumenta a produção de leite materno, porém afeta a estimulação dos folículos e pode levar até a uma ausência de ovulação.