A tristeza materna ou o “baby blues” é um estado que acontece nos primeiros dias após o nascimento da criança. A situação acontece por conta da alteração hormonal no organismo feminino durante esse período. No entanto, quando a intensidade dos sintomas aumenta, o quadro pode ser diagnosticado como Depressão pós-parto (DPP).
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Segundo uma pesquisa feita pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz, a depressão pós-parto atinge uma em cada quatro mamães brasileiras. A circunstância, muito mais grave que a tristeza materna, é caracterizada pela tristeza extrema e rejeição à criança após o nascimento.
Sintomas
A forma de diferenciar a depressão pós-parto da tristeza materna comum é por meio dos sintomas. Enquanto a tristeza materna dura, geralmente, até os primeiros 15 dias após o parto, a DPP pode permanecer até dois anos após o nascimento da criança. “Apesar dos sintomas serem muito parecidos, o que distingue de fato os dois transtornos é a durabilidade e a intensidade deles”, explica a psicóloga clínica e especialista em transtornos de ansiedade, Manuela Dantas.
Os principais sintomas da Depressão pós-parto são:
- Tristeza constante
- Rejeição à criança
- Fácil irritabilidade
- Vontade de chorar sempre
- Alterações de humor
- Estranhamento sem razão com a criança
- Pensamentos negativos relacionados a si ou ao bebê
Apesar dos efeitos afetarem diretamente a mãe, podem causar danos para toda a família. “A DPP pode acarretar transtorno na vida da criança e do pai também. Todo o contexto familiar fica adoecido. Por isso é necessário que a rede de apoio familiar esteja fortalecida”, alerta Manuela.
Causas
Uma das principais causas para a DPP é a queda drástica no nível dos hormônios (estrogênio e progesterona) presentes no organismo da mulher que acontece após o parto. Isso afeta o funcionamento do corpo, causando mudanças físicas e emocionais.
Por ser um transtorno psicológico, a propensão genética também pode influenciar no surgimento da doença. No entanto, não é a única causa definitiva. “Mulheres que já tiveram depressão ou que alguém da família já teve têm maior probabilidade de desenvolver, mas tudo é muito relativo. As condições dentro de casa, com a família, tanto no período de gestação quanto depois, influenciam muito também”, afirma a psicóloga.
É possível evitar?
Há alguns cuidados essenciais que podem ajudar a prevenir a depressão pós-parto, tanto relacionados à saúde mental quando a do corpo. “É preciso preparar o corpo para o novo ritmo. Fortalecer a rede de apoio após o nascimento do bebê, fazer atividade física antes, durante e depois da gestação e manter uma alimentação saudável são formas de se manter saudável e tentar prevenir esse problema”, confirma a profissional.
Tratamento
O diagnóstico da DPP é feito cuidadosamente por uma equipe de profissionais, passando pelo o obstetra que faz a indicação até um psicólogo ou psiquiatra. As formas de tratamento são específicas para cada caso, mas o primeiro passo é procurar ajuda psicológica. Segundo a psicóloga, “O indicado é que se encaminhe para a psicoterapia e entre com intervenção medicamentosa quando necessário. A terapia de grupos é muito eficaz, por exemplo. A partilha de experiências ajuda as mulheres a superarem mais facilmente ao perceberem que não estão sozinhas”.