O Centro de Hematologia de Hemoterapia do Ceará (Hemoce), faz parte de projeto pioneiro no Brasil para padronizar a avaliação da Doença Residual Mínima (DRM) em pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda.
A iniciativa da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e Amgen, empresa de biotecnologia, envolve mais de 20 laboratórios do País.
O Hemoce foi o único do Ceará convidado a participar.
O projeto reúne os laboratórios de citometria de fluxo que dão suporte aos centros de transplante de medula óssea nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Elaborado em etapas, a primeira fase foi um treinamento com os profissionais.
“Foi uma oportunidade para conhecer a padronização dos processos desde a coleta da amostra até a análise, os antígenos que devem ser estudados em cada célula, a titulação dos anticorpos e a padronização do aparelho”, resume Juliana Ribeiro, uma das duas hematologistas do Hemoce que participaram da capacitação promovida pela SBTMO, em São Paulo.
O próximo passo é encaminhar à SBTMO dez amostras analisadas para verificar se os processos estão de acordo com o fluxo padronizado. A nova rotina vai auxiliar na maior precisão do exame de imunofenotipagem, uma das técnicas usadas para investigar a DRM em pacientes com diagnóstico de leucemia. “É um exame mais detalhado das células, onde podemos verificar se existe a presença de antígenos normais ou alterados. É uma técnica extremamente sensível que possibilita um rastreio mais profundo e, desta forma, um tratamento mais direcionado para cada caso do paciente”, continua Ribeiro.
De acordo com o diretor da SBTMO, Fernando Barroso, a padronização vai aumentar a confiabilidade. “É mais um controle de qualidade que influencia diretamente no tratamento de pacientes, pois será utilizado um protocolo único independentemente da região onde está sendo realizado”, afirma.
A base do projeto segue protocolo internacional do consórcio de universidades europeias, o EuroFlow, que já utiliza os procedimentos.