A qualidade de vida e a rotina de Yann Duarte, 23 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), mudou completamente depois que ele entrou para o Projeto Remar. A iniciativa voluntária atende e auxilia no tratamento de pessoas com deficiência visual, auditiva, motora ou intelectual por meio de atividades aquáticas, como Stand Up Stand Paddle e caiaque. Quem garante é a Kátia Tavares, mãe do jovem.
> Especial Outubro Rosa: o amor e a luta por trás do câncer de mama
> Os principais acessórios para potencializar o treino de Pilates
> Junho Violeta: campanha informa riscos do hábito de “esfregar os olhos”
> Dia Mundial do Doador de Sangue: Mercadinhos São Luiz promove ação de conscientização
Entre as idas aos consultórios médicos, buscas na Internet e conversas com outras mães que estavam na mesma situação, Kátia encontrou para o filho o que chama de “divisor de águas”. “Quando chegamos aqui, o Yann nem entrava na água. Tudo foi um processo. Até ele estar nadando livre, passou-se muito tempo. Porém, foi aqui que percebi que meu filho tem capacidade de crescer”, celebra Kátia.
Yann é participante do Projeto Remar há três anos. A mãe ressalta que o garoto teve mudanças notórias no comportamento e na forma de pensar desde que iniciou as atividades de SUP. Além disso, com o projeto, Yann saiu de uma rotina extremamente dependente para uma jornada de autoconhecimento e progresso.
Conhecendo o Projeto Remar
O Projeto Remar foi idealizado por Thiago Camargo e Vicente Cristino. O conceito surgiu quando Thiago percebeu que os benefícios da ecoterapia (tratamento que utiliza o contato com a natureza e com os animais para auxiliar pessoas com deficiência mental e física) também podiam ser obtidos com as atividades aquáticas.
Com essa percepção, Thiago teve a ideia de convidar o professor Vicente e o vizinho Matheus, diagnosticado com síndrome de down, para curtir um dia de atividades no Colosso. “O Vicente trouxe alguns pacientes que atende no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) e começamos as atividades aquáticas. Desde esse dia, há seis anos, todas as quartas-feiras nos reunimos aqui para proporcionar esse momento único para todos que participam”, relembra Thiago.
O Remar possui 200 pessoas cadastradas e atende, em média, 25 pessoas por aula. O objetivo é proporcionar maior qualidade de vida, além de capacidade de socialização e inclusão para os participantes, tudo através da prática dos esportes aquáticos e do contato com a natureza local.
Para Paulo Marcello, vice-presidente da ASUP e voluntário do Projeto Remar, a iniciativa é sinônimo de felicidade e amor. “Nós ajudamos as pessoas a serem mais felizes. Você sai daqui rindo. O sorriso no rosto das mães, crianças e jovens é contagiante. Não tem como não se apaixonar!”, celebra.
> Greenlife Family Club comemora um ano da sede Aldeota
> Veganismo: Criança pode ser vegana?
Motivação e esperança
Francisco Alencar, 43 anos, é frequentador do projeto há quatro anos. Após um acidente de trânsito, Alencar perdeu os movimentos das pernas, mas nunca a esperança. “Aqui consegui manter a convivência com pessoas, coisa que mais gosto, além do equilíbrio físico e emocional. O projeto mudou tudo, para melhor”, comemora o revendedor de cosméticos.
Mais um exemplo do poder do Projeto Remar é a transformação de William Ribeiro, de 14 anos. Diagnosticado na maternidade com acondroplasia, forma rara de nanismo, William desenvolveu hidrocefalia ainda aos 3 meses e ficou sete anos em estado vegetativo. Hoje, sete anos depois, ele participa das atividades aquáticas e é exemplo de superação para todos que enxergam a esperança como caminho. Anda sozinho, comunica-se e interage com o meio social, vai para a escola e é adepto de diversas atividades físicas.
Para Erineuda Ribeiro, mãe de William e apoiadora da causa desde o início, o projeto serve de apoio tanto para os pais quanto para os alunos. “O projeto só dá. Equilíbrio, tanto físico como emocional, para paciente e família, além da troca rica de experiências. As mães apoiam umas às outras. Enquanto os voluntários cuidam dos alunos, as famílias se cuidam. E cuidamos daqui também! Somos nós que mantemos tudo, ajudando com material, no que for preciso e estiver em nossas condições”, conta.
E para quem realiza as atividades, as vantagens também são engrandecedoras. “O projeto surgiu com o intuito de ajudar os outros, mas quando você começa a fazer parte e vê o resultado, sinto que somos os maiores beneficiados. Os alunos se ajudam, superam obstáculos e nos motivam em nossas vidas”, garante Thiago.
O Projeto Remar está em atividade há seis anos e conta com o apoio do Colosso Fortaleza, da Associação de Stand Up Paddle do Ceará (ASUPCE) e da escola Imua Ceará para sua realização.
As atividades acontecem a partir das 8h, às quartas-feiras, no Colosso, e às segundas-feiras, na Avenida Beira Mar, com o apoio da escola de canoagem Imua Ceará. As práticas aquáticas são acompanhadas por profissionais e estudantes de educação física e fisioterapia, todos voluntários do projeto.
Serviço
Projeto Remar
@projetoremar
Às segundas-feiras, a partir das 8h, na Escola Imua Ceará, na beira Mar
Às quartas-feiras, a partir das 8h, no Colosso
Telefone: (85) 99995-3158 (ASUP CE)