O tipo de parto escolhido pela gestante voltou ao centro do debate entre obstetras e profissionais que trabalham com pré-natal. Afinal, qual o parto melhor para a mãe e o bebê? Dá pra responder essa pergunta sem pensar muito, pois o parto vaginal ou normal, como o próprio nome diz, é a via natural de saída do bebê.
Porém há casos em que o parto cesárea é a única opção. Para a obstetra Marjorie Mota, de Fortaleza, essa deveria ser a forma certa de fazer a cesárea: só quando realmente houvesse riscos para a mãe e o bebê. “A taxa ideal de partos via abdominal é em torno de 15%, o que não se observa no Brasil. Aqui temos taxas de 80% de cesariana”, afirma.
Para a médica, a maioria das gestantes opta pela cesárea pela preferência em realizar o parto com dia e hora marcados. “Vivemos em uma geração que não deseja aguardar, tudo tem que ser na hora e no dia agendado, como se a vida fosse assim”, afirma. A seguir os prós e os contras desses dois tipos de parto.
Parto normal
– Não há necessidade de anestesia
– Menor risco de infecção
– Rápida recuperação (depois de algumas horas, a gestante já pode se alimentar e locomover aos poucos)
– O útero volta ao tamanho normal mais rapidamente
– O trabalho de parto pode durar até mais de 12 horas, embora a partir da segunda gestação esse tempo possa cair pela metade
– Os relatos são de dores profundas e constantes
– É evitado em situações de pressão alta, diabetes, mulheres com cardiopatias, doenças respiratórias graves, gestação de gêmeos, bebês numa posição não ideal ou acima de 4 quilos.
Parto cesárea
– Dura em torno de 1 hora
– Não há contraindicações
– A recuperação da mulher é muito mais demorada
– Há maiores riscos de hemorragia, infecção e mortalidade materna.
– É um procedimento cirúrgico com anestesia
Parto Leboyer ou humanizado
Com a preocupação em preservar o contato máximo entre mãe e bebê logo após o nascimento foi criado o parto humanizado ou Leboyer, que se chama assim porque recebeu o nome do criador: o obstetra francês Frederick Leboyer.
Nesse tipo de parto se direciona toda a atenção ao conforto do bebê, tornando sua primeira experiência fora do útero mais agradável.
Para a ginecologista e obstetra Denise Vasconcelos, é estimulado o contato precoce mãe-filho. “Assim que nasce, o bebê já fica no colo da mãe e é estimulada a amamentação precoce. Pode ser feito tanto no parto normal quanto no cesárea”, explica.
Além desse cuidado em manter a mãe próxima ao bebê, outras técnicas são utilizadas, como utilizar um ambiente com pouco barulho e baixa iluminação para que não agrida os ouvidos e olhinhos do bebê, ao invés de dar uma palmada nas costas, faz-se uma suave massagem para estimular os pulmões e somente corta-se o cordão umbilical depois que ele parar de pulsar para facilitar a respiração.
A especialista alerta que todas as questões envolvendo o tipo de parto devem ser avaliadas ao longo dos nove meses de pré-natal e discutidas com os pais, mas a indicação da via de parto é um ato médico. “Converse com seu obstetra e tire todas as suas dúvidas para que o momento do parto seja bem tranquilo e como você sonhou!”, conclui.