Estima-se que 1 a cada 10 brasileiras tenham endometriose e muitas delas só descobrem a doença quando associam as dores à dificuldade de engravidar. Em Fortaleza, a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh, oferece o primeiro serviço gratuito de atendimento multidisciplinar para tratamento da endometriose profunda no Estado.
De acordo com a MEAC, o projeto vai contar com uma equipe de profissionais composta por ginecologista, coloproctologista, urologista, enfermeiro, fisioterapeuta e também com psicólogo e psiquiatra em casos mais específicos.
Entenda como usufruir do serviço:
1) A paciente chega à MEAC encaminhada por uma Unidade Básica de Saúde, com sintomas de dor crônica e suspeita de endometriose;
2) Na MEAC, é avaliada por um ginecologista;
3) Passa por uma ultrassonografia transvaginal específica, para mapeamento da endometriose;
4) Caso seja diagnosticada lesão intestinal no ultrassom, será avaliada também por um coloproctologista, que programa a cirurgia. E, no caso de lesão de bexiga, por um urologista;
5) Agenda-se a cirurgia com o ginecologista, o proctologista e, caso tenha problemas no trato urinário, com o urologista;
6) A paciente é operada;
7) Recebe o acompanhamento pós – cirúrgico de um fisioterapeuta e medicações de alto custo, subsidiadas pelo Governo;
Endometriose profunda não possui causa definida
A endometriose é caracterizada por nódulos grandes, causados por menstruação retrógrada, que não desce totalmente, mas volta para as trompas. Quando esse fluxo ultrapassa o útero, chegando a atingir o intestino ou a bexiga, por exemplo, é chamada de profunda.
“Ela é uma doença inflamatória e, ao longo do tempo, este processo causa aderências entre os órgãos reprodutivos, levando à alteração da anatomia e, consequentemente, à infertilidade. No entanto, há mulheres com quadros de endometriose inicial e que também podem apresentar dificuldades para engravidar, mas o que ocasiona este problema ainda é desconhecido”, explica a ginecologista e obstetra Denise Vasconcelos, de Fortaleza.
“Além da dor, que chega a ser incapacitante, a endometriose afeta diretamente a rotina da mulher. E no caso da endometriose profunda, como chega a atingir outros órgãos, não só os genitais, o apoio de especialistas de outras áreas é necessário”, completa Leonardo Bezerra, professor de Ginecologia e Obstetrícia da UFC.