Outubro é o mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama — um período que reforça a importância da prevenção e do autocuidado, que vão muito além dos exames de rotina. A alimentação tem papel decisivo nesse processo, atuando tanto na prevenção quanto no apoio ao tratamento da doença. Para mulheres a partir dos 40 anos, fase em que as mudanças hormonais se tornam mais evidentes, cuidar do que vai ao prato é uma forma eficaz de proteção e equilíbrio.
Estudos apontam que a inflamação crônica e o acúmulo de gordura corporal — especialmente o sobrepeso e a obesidade — figuram entre os principais fatores de risco para tumores hormonodependentes, como o câncer de mama. Dietas ricas em açúcares, ultraprocessados (inclusive nas versões “zero”) e gorduras de má qualidade elevam o estresse oxidativo e aumentam o risco de mutações celulares.
Segundo a nutricionista Thaís Gondim, especialista em nutrição para mulheres 40+, “a alimentação é uma das ferramentas mais poderosas de cuidado e prevenção. O que colocamos no prato pode equilibrar hormônios, reduzir inflamações e fortalecer o sistema imunológico. Comer bem é uma forma de amor próprio e de respeito ao corpo, especialmente em fases de tantas transformações hormonais”.
Diversos alimentos exercem ação protetora e reguladora. Vegetais crucíferos, como brócolis, couve, repolho e couve-flor, auxiliam o fígado a metabolizar o estrogênio de forma equilibrada. Frutas vermelhas — como amora, mirtilo e romã — concentram antioxidantes que preservam o DNA. Peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, reduzem a inflamação e fortalecem o sistema imunológico. As sementes de linhaça, por conterem lignanas, ajudam a equilibrar naturalmente os receptores de estrogênio, sendo grandes aliadas das mulheres no climatério e na menopausa. Já a cúrcuma, o gengibre e o chá-verde completam a lista de alimentos com ação anti-inflamatória e antitumoral.
Durante o tratamento oncológico, o corpo enfrenta estresse metabólico e imunológico. Nessa fase, uma alimentação equilibrada favorece a regeneração celular, melhora a disposição e reduz os efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia. “Quando a paciente se alimenta de forma adequada, ela não apenas tolera melhor o tratamento, mas também fortalece sua energia vital e emocional para atravessar esse processo com mais leveza”, reforça Thaís.
Mais do que uma questão estética, a nutrição é uma poderosa forma de autocuidado e prevenção. Neste Outubro Rosa, o convite é para olhar o corpo com carinho e escolher alimentos que nutrem, protegem e fortalecem a saúde da mulher.