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Testes da vacina de Oxford contra Covid-19 são retomados no Brasil

Anvisa assegura que acompanhará possíveis eventos adversos para garantir a segurança dos pacientes

14 de setembro de 2020
testes vacina oxford

30 mil voluntários participam dos testes da vacina de Oxford no mundo.

A empresa farmacêutica AstraZeneca, também responsável pelo desenvolvimento da vacina contra Covid-19 da Universidade de Oxford, anunciou, no último sábado (12), a retomada geral dos ensaios clínicos após a suspensão temporária dos estudos. No Brasil, os testes já foram autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e serão retomados a partir desta segunda-feira (14).

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A suspensão dos estudos relacionados ao produto havia sido anunciado na última terça-feira (8) pela AstraZeneca, após o registro de uma reação adversa grave em um dos 30 mil voluntários que participam da fase 3 do processo no mundo.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que coordena os testes no Brasil, explicou que “a pausa segue os padrões de segurança preconizados no protocolo do estudo da vacina de Oxford. Trata-se de uma prática comum em estudos clínicos envolvendo fármacos”.

Em nota publicada no último sábado (12), a Anvisa concluiu que “a relação benefício/risco se mantém favorável e, por isso, o estudo poderá ser retomado”. O órgão garantiu, também, que continuará acompanhando possíveis eventos adversos e, caso sejam identificados, medidas cabíveis serão tomadas para garantir a segurança dos voluntários.

Testes

No Brasil, o produto está sendo testado em 5 mil voluntários, a partir de uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os testes também estão sendo realizados em outros países, como Estados Unidos, Reino Unido e África do Sul, totalizando 30 mil voluntários.

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Os voluntários seguem um perfil padrão: são pessoas de 18 a 69 anos, saudáveis e que atuem na linha de frente de combate à Covid-19.

No Brasil, não houve relato de eventos adversos graves. A Fiocruz e a Unifesp ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a retomada dos testes.

Vacinas

O último levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), feito na última quarta-feira (9), contabiliza 180 vacinas em desenvolvimento contra a Covid-19. Destas, 9 encontram-se na última fase do processo. São elas:

  • Universidade de Oxford / AstraZeneca;
  • Instituto de Biotecnologia de Beijing;
  • Instituto Gamaleya;
  • Sinovac;
  • Sinopharm – Wuhan;
  • Sinopharm – Beijing;
  • Moderna;
  • BioNTech/PFizer;
  • Janssen Pharmaceutical Companies.

A vacina russa, chamada de Sputnik V, também já encontra-se na fase 3 do processo de desenvolvimento, aplicando os testes em cerca de 40 mil voluntários. O governo da Bahia oficializou, na última sexta-feira (11), um acordo para adquirir até 50 milhões de doses.

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A previsão é que as doses da vacina sejam entregues em meados de novembro, caso seja aprovada pelas autoridades de saúde. O Paraná também já firmou acordo para receber o produto.

Segundo a revista científica The Lancet, a vacina russa contra Covid-19 induziu resposta imune e não teve efeitos adversos.

Os resultados são referentes às fases 1 e 2 do processo de produção da vacina. Eles mostraram que todos os 76 voluntários que participaram dos testes desenvolveram anticorpos contra a doença no intervalo de 21 dias. Além disso, não foram observados efeitos adversos até 42 dias depois da imunização.

A vacina produz, também, uma resposta das células T, um tipo de célula capaz de destruir células infectadas por um vírus, dentro de 28 dias.

Porém, como os resultados da pesquisa ainda são preliminares, os cientistas reconhecem que serão necessários mais testes para comprovar a eficácia da vacina.




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