O aposentado Vamberto de Castro, 63 anos, foi diagnosticado em 2017 com linfoma não Hodgkins avançado, um tipo severo de câncer. Já em estado terminal, os tratamentos convencionais já não faziam mais efeito. No entanto, uma nova terapia desenvolvida pelos médicos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP) apresentou-se como esperança para a cura do câncer.
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Vamberto tornou-se o primeiro paciente da América Latina a ser tratado com células CAR T. A terapia consiste em usar as CAR T-cell, ou “célula T com receptor de antígeno quimérico”, provenientes do sistema imunológico do próprio paciente, eles desenvolveram uma plataforma brasileira com foco na terapia para tratamento do câncer, no âmbito do Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sediado na USP.
Sobre o tratamento
O tratamento retira células do sistema imunológico, modificam e multiplicam em laboratório, e as introduzem novamente no sangue do paciente. Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration, um órgão de vigilância sanitária semelhante à nossa Anvisa) liberou a terapia para uso comercial ainda em 2018. Os resultados são tão promissores que renderam aos seus precursores o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina no ano passado.
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O tipo de imunoterapia possui uma complicação: o custo. Segundo o médico hematologista da USP e coordenador do CTC, Dimas Tadeu Covas, nos EUA, a produção das células e as despesas hospitalares, juntas, chegam a custar US$ 1 milhão (mais de R$ 4 milhões). O estimado é que a plataforma brasileira poderá baratear o tratamento em até 20 vezes, na comparação com o custo de um produto comercial. A promessa é que o estudo revolucionário possa ser adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em breve.
*Com informações da USP (Universidade de São Paulo).