Na última quarta-feira (11), o Ministério da Saúde decretou emergência sanitária nacional por conta de uma epidemia em Pernambuco de nascimentos de bebês com microcefalia, doença congênita de má-formação no crânio. Foram confirmados 141 casos no Nordeste, em 55 cidades. O número é 15 vezes maior que a média de casos ocorridos nos anos de 2010 a 2014. Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte são os estados com notificações do surto.
Segundo informações do Ministério da Saúde, a maioria dos casos foram confirmados desde outubro e a suspeita é de que tenha ligação com o Zika Vírus. Crianças e gestantes estão realizando exames clínicos, de imagem e laboratorial. As investigações estão em andamento e, até o momento, não há definição da causa do agravo, seja infecciosa ou não.
Diretor do Ministério da Saúde aconselha adiar gravidez
Aos casais pernambucanos, Estado com maior incidência dos casos, a notícia não é boa. O diretor de departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, aconselhou mulheres de Pernambuco a adiarem os planos de gravidez até que haja maior clareza sobre as causas do aumento de casos de bebês com microcefalia no Estado. “Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado”, disse ele.
Entenda a doença
De acordo com a obstetra Denise Vasconcelos, de Fortaleza, a microcefalia é uma má-formação, em que o cérebro não se desenvolve da maneira adequada. “Os ossos do crânio se fundem precocemente e a cabeça fetal fica com um tamanho menor que o esperado para a idade”, explica.
A doença pode acontecer quando há algum fator externo que compromete o desenvolvimento do sistema nervoso fetal. “Tudo o que a mãe seja exposta até antes da 8 semana de vida vai influenciar, como infecções, o uso de drogas, medicações ou produtos químicos”, afirma Dra. Denise.
Alerta
Durante esse período de surto, é importante que as mamães estejam atentas. “Tendo tido um caso recente de doença com o Zika Vírus, seria prudente evitar a gravidez nesse período. Mas não se sabe ao certo nem qual período seguro para engravidar. Ainda está tudo em análise e não temos nenhuma informação concreta”, alerta.