Um grupo de cinco pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) participou de um estudo que teve como objetivo produzir moléculas sintéticas capazes de impedir a infecção das células humanas pelo vírus da Covid-19. A pesquisa foi publicada no último sábado (1) na revista científica International Journal of Biological Macromolecules e editada pela Elsevier, umas das maiores editoras científicas do mundo.
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O estudo foi idealizado e desenvolvido pelo biólogo Francisco Eilton Lopes, bolsista lotado no Centro de Educação Permanente em Atenção à Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (CEATS-ESP/CE); o pós-doutor em Ciências Biológicas pela Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, Pedro Filho Noronha de Souza; os professores doutores José Tadeu Oliveira e Cleverson Diniz Teixeira de Freitas; e o doutorando em bioquímica na UFC, Jackson Amaral.
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A pesquisa vinha sendo realizada há cerca de cinco meses com o apoio do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Ceará (DBBM/UFC), ESP/CE e Núcleo de Biologia Experimental da Universidade de Fortaleza (Nubex-Unifor), e é o primeiro, em escala global, que utiliza moléculas criadas em laboratório capazes de impedir a infecção pelo vírus causador da Covid-19, o Sars-Cov-2.
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A eficácia da molécula foi testada por meio de uma simulação e ainda será estudada com mais detalhes pelo Helmholtz Center for Infection Research, um centro de pesquisa da Alemanha. A molécula ainda será testada em laboratórios e seres vivos, como ratos, macacos e, por fim, humanos. Os testes devem começar até o final de agosto deste ano.
Como funciona
Derivada de proteínas de plantas, as moléculas foram desenvolvidas a partir da sequência de proteínas das plantas acácia-branca, mamona e erva-estrelada. O intuito do estudo é mostrar que a molécula é capaz de confundir as proteínas spike do vírus Sars-Cov-2, impedindo que ele invada as células humanas.
Sendo assim, essas proteínas reconhecem o ACE 2, um receptor das células. As proteínas e o receptor irão interagir e utilizar as células para multiplicar o código genético do vírus, provocando uma infecção. Portanto, a molécula desenvolvida pelos cearenses irá induzir essas proteínas spike ao erro, evitando que a contaminação, de fato, ocorra.
Das oito moléculas produzidas pelos pesquisadores, duas impossibilitaram essa interação e evitaram a entrada do vírus na célula. A pesquisa deve servir de base para estudos futuros. “Recebemos propostas de vários pesquisadores do mundo sobre o nosso trabalho. Um país já demonstrou interesse em fazer os testes”, explica Francisco Eilton Lopes, conforme publicado no portal da ESP/CE.
O biólogo afirma, ainda, que os trabalhos com o grupo ainda irão continuar. “O grupo de pesquisa tem como finalidade encontrar novas drogas que consigam bloquear a interação da proteína spike do novo coronavírus com a ACE 2, responsável pela infecção”, conta.
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