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Outubro Rosa: cai 50% o número de mamografias durante a pandemia

Médicos especialistas alertam para o risco do agravamento do câncer de mama devido ao diagnóstico tardio

1 de outubro de 2021

[Outubro Rosa] As consultas periódicas com o ginecologista devem ocorrer ao menos uma vez ao ano. Foto: reprodução.

O movimento internacional “Outubro Rosa”, campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama, em meio ao segundo ano de pandemia ocasionada pelo coronavírus, enfrenta dificuldades no rastreio prévio da doença devido à queda no número de mamografias, exame que auxilia na detecção e diagnóstico. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), as mamografias realizadas em 2021 têm queda de 50% e em 2020 houve queda de 45%, em comparação com anos anteriores.

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Foram quase 70 mil novos casos confirmados no Brasil só no ano passado. Especialista pontua que atualmente, o tratamento oncológico no país enfrenta uma série de dificuldades que, devido a pandemia, se agravaram e deverão se estender pelos próximos anos.

Diagnóstico tardio, filas maiores para procedimentos como radioterapia e piores prognósticos para quem enfrenta o câncer. Segundo o médico oncologista e presidente da Associação Médica Cearense (AMC), José Aurillo Rocha, é urgente a retomada dos cuidados e de exames. “É necessário mais apoio e realização de mutirões para ajudar a complementar a lacuna nos esforços de educação, informação e rastreamento do câncer de mama do país. Somente o cuidado precoce salva vidas e evita sofrimento”, ressaltou.

Outubro Rosa

Ainda segundo o presidente da AMC, a campanha ‘Outubro Rosa’ desempenha um papel fundamental para difundir a informação e o incentivo aos cuidados com a saúde de mulheres e homens. “O tema câncer de mama ainda está carregado de muitos estigmas e cicatrizes na nossa sociedade. O medo de descobrir a doença traz fuga da prevenção e de cuidados precoces. Mas não dá para ‘guardar’ essa doença; quem ama se cuida e cuida da família e dos amigos”, alerta.

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Diagnóstico

Como o estágio inicial da doença praticamente não há sintomas evidentes, manter os exames de rotina e as consultas regulares ao ginecologista ainda é a melhor forma de detectar alguma alteração na saúde das mamas e obter um disgnóstico precoce da doença, explica a médica ginecologista Nathália Posso. “Durante o exame ginecológico faz parte a avaliação das mamas com exames manuais e nas axilas para avaliar se existe alguma nodulação para o câncer de mama, além disso, os ginecologistas são os responsáveis por solicitar os exames de rastreio do câncer de mama: a mamografia, a ultrassonografia das mamas e até a ressonância magnética em casos específicos”, pontua.

As consultas periódicas com o ginecologista devem ocorrer ao menos uma vez ao ano, assim como o exame de mamografia é pedido para as mulheres a partir dos 40 anos de idade, e aos 35 anos para as que possuem histórico da doença na família. “É fundamental que as mulheres não percam as consultas com seus ginecologistas e realizem os exames anualmente. Caso seja detectado alguma anormalidade ela é encaminhada para o mastologista para fazer o acompanhamento específico”, recomenda a ginecologista.

A mastologista Flora Ulisses acrescenta que na maior parte dos casos é possível prevenir a doença adotando um estilo de vida saudável. “De todos os casos, pouco mais de 10% está associado a fatores genéticos e hereditários, sendo possível reduzir em até 28% o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama a partir da adoção de alguns hábitos, como : praticar atividade física regularmente, alimentar-se de forma saudável, não fumar, ter o peso corporal adequado, não ingerir bebidas alcoólicas”, afirma Flora.

O que diz a Lei

A mastologista ainda esclarece que continua em vigor tanto a Lei dos 30 dias (LEI Nº 13.896, DE 30 DE OUTUBRO DE 2019), que assegura a todas as mulheres o direito ao diagnóstico precoce do câncer em até 30 dias, quanto a da Lei dos 60 dias (LEI Nº 12.732, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2012), relacionada ao início do tratamento dentro desse prazo. “Apesar da dificuldade de cumprimento dessas leis em muitos serviços brasileiros, é importante as pacientes estarem cientes desse direito e lutarem por ele”.

Com informações Laura Bandeira




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