*Por Dr. Emerson Ribeiro do Nascimento
É com tristeza que inicio este artigo afirmando que a falta de dentes é um problema real para 34 milhões de brasileiros. Entre esses, 14 milhões perderam todos os dentes. Como cirurgião-dentista especializado em ortodontia e implantodontia, observo ao longo da minha carreira as consequências significativas que que esse problema pode trazer para a saúde dos indivíduos, pois os efeitos vão além da estética e impactam diretamente a qualidade de vida.
Em primeiro lugar, não ter dentes afeta a alimentação. Muitos pacientes relatam dificuldades em mastigar alimentos, o que leva a uma dieta restrita, muitas vezes pobre em nutrientes essenciais. Isso não apenas compromete a saúde física, mas pode também resultar em deficiências nutricionais a longo prazo. A mastigação adequada é fundamental para a digestão e, sem os dentes, essa função é severamente prejudicada.
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Um outro fator é o impacto negativo na fala. A dificuldade em pronunciar certos sons pode afetar a comunicação, gerando insegurança e constrangimento em situações sociais. A autoestima muitas vezes fica comprometida, levando a sentimentos de ansiedade e até depressão. É doloroso ver pacientes que se afastam de atividades sociais por causa da sua condição bucal.
Outro ponto que não posso deixar de mencionar é a questão do alinhamento bucal. A ausência de dentes pode causar deslocamento, afetando a mordida e levando a problemas ortodônticos. Essa situação pode exigir tratamentos mais complexos no futuro, inclusive para dores fortes e crônicas.
A saúde da boca está profundamente conectada com o bem-estar geral do corpo. Segundo informações do Instituto do Coração (Incor), 45% das enfermidades cardiovasculares e 36% das fatalidades decorrentes de problemas cardíacos se originam na boca. Então, uma boca desdentada prejudica a saúde, estabelecendo um ciclo vicioso que compromete o estado geral da paciente.
Por fim, a perda óssea na mandíbula é uma preocupação real. Quando não há dentes, o osso pode se deteriorar, alterando a estrutura facial e tornando futuros procedimentos odontológicos mais difíceis e complexos.
Portanto, é essencial afirmar que ser banguela não é apenas um problema estético, mas uma questão de saúde integral. O tratamento adequado, seja por meio de próteses, implantes ou outras intervenções, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, mas a prevenção ainda é o melhor remédio. Esse cuidado é uma condição fundamental para uma vida mais saudável e plena.