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Fumantes possuem mais chances de desenvolverem quadros graves de Covid-19

Dia Nacional de Combate ao Fumo traz alertas sobre os perigos da prática para a saúde

29 de agosto de 2020
dia nacional de combate ao fumo

A prática do fumo inflama as mucosas das vias aéreas e prejudica os mecanismos de defesa do organismo, aumentando as chances de infecção de Covid-19 de forma grave.

Celebrado em 29 de agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta para os riscos que a prática traz à saúde. Aliado a isso, este ano, a discussão torna-se ainda mais importante já que o ato de fumar pode agravar a infecção por Covid-19 e facilitar a transmissão da doença.

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Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), fumantes possuem um maior risco de infecções por vírus. Isso acontece porque o tabaco inflama as mucosas das vias aéreas e prejudica os mecanismos de defesa do organismo.

Devido a esse comprometimento do sistema respiratório, fumantes possuem, também, uma maior chance de desenvolverem o quadro mais grave da doença.

Pesquisadores dos hospitais britânicos Guy’s and Sr Thomas’ e King’s College London criaram o aplicativo Zoe Covid Sympton Tracker, com o objetivo de ajudar a detectar sintomas de Covid-19. Baseado em dados de mais de 2,4 milhões de pessoas, a ferramenta mostrou que fumantes possuem 14% mais chances de desenvolverem febre, tosse e falta de ar.

Além disso, o aplicativo mostra que pessoas que têm o fumo como prática tiveram a doença tinham duas vezes mais chances de serem hospitalizados do que não-fumantes.

Outro fator de risco é o uso de produtos que envolvem compartilhamento de bocais para inalar a fumaça — como narguilé (cachimbo d’água) e dispositivos eletrônicos para fumar (cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco aquecido). A prática também pode facilitar a transmissão do novo coronavírus entre seus usuários e para a comunidade.

Por isso, uma das medidas para conter o avanço da Covid-19 na região de Galícia, no noroeste da Espanha, foi a proibição do ato de fumar em ruas e em calçadas de bares quando não for possível manter o distanciamento.

A justificativa da Sociedade Espanhola de Epidemiologia é que os fumantes infectados e assintomáticos podem emitir gotículas de saliva, facilitando a transmissão do vírus.

Outras doenças

No Brasil, mais de 22 milhões de pessoas fazem uso contínuo do tabaco, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Essa parcela da população está mais suscetível a desenvolver doenças como o câncer. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, só em 2020, 30,2 mil pessoas sejam diagnosticadas com câncer de traquéia, brônquio e pulmão, mais comum entre fumantes.

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“O tabagismo está relacionado a várias doenças crônicas não transmissíveis, como AVC e infarto. Doenças respiratórias como enfisema pulmonar e bronquite crônica, insuficiência respiratória crônica, que leva à dependência de oxigênio em casa, vários tipos de câncer, além de problemas de circulação. Abandonar o hábito de fumar está relacionado à diminuição do risco de morte por essas doenças”, ressalta a pneumologista Talita Noronha.

A profissional ressalta que parar de fumar pode diminuir os riscos de várias doenças além de trazer outros benefícios.

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“Alguns são observados a curto prazo, outros, a médio e longo prazo. Logo no início nota-se uma diminuição dos níveis de frequência cardíaca e pressão arterial. Após algumas semanas é possível observar um aumento da função pulmonar, que é notado pela pessoa com um aumento do fôlego e disposição maior para as atividades”, explica a especialista.

Parar de fumar traz benefícios à saúde

Confira os principais benefícios da saúde imediatos e de longo prazo para pessoas que param de fumar, de acordo com a OPAS:

  • Após 20 minutos: o ritmo cardíaco e a pressão arterial baixam.
  • 12 horas: o nível de monóxido de carbono no sangue cai para o normal.
  • De duas a 12 semanas: a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar aumenta.
  • Entre um a nove meses, a tosse e a falta de ar diminuem.
  • Um ano: o risco de desenvolver uma doença coronariana cai pela metade (em relação a um fumante).
  • Cinco anos: o risco de ter um acidente vascular cerebral é reduzido ao de um não fumante – cinco a 15 anos após parar de fumar.
  • 10 anos: o risco de câncer de pulmão cai para cerca de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui.
  • 15 anos: o risco de doença cardíaca coronária é o mesmo de um não fumante.



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