A obesidade é caracterizada como um problema de saúde causado pelo excesso de peso em relação à estrutura corpórea. Com objetivo de promover a conscientização acerca da gravidade do problema e incentivar ações relacionadas ao tema, no dia 11 de outubro é celebrado o “Dia Mundial de Combate à Obesidade”.
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Segundo pesquisas feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Imperial College London, o número de crianças e adolescentes (de cinco a 19 anos) obesos multiplicou dez vezes nas últimas quatro décadas, em todo o mundo. Uma das ferramentas usadas para avaliar a obesidade e o excesso de peso é o Índice de Massa Corporal (IMC), que deve estar abaixo de 25 pontos. O cálculo é feito pelo peso do indivíduo em quilogramas, dividido pelo quadrado de sua altura em metros (kg/m²).
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Ministério da Saúde (MS) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam o Ceará como o décimo estado do Brasil a possuir o maior número de pessoas com sobrepeso. Os cearenses considerados obesos representam 18,7% da população. Em Fortaleza, 53,4% dos habitantes estão com excesso de peso e 19,2% são obesos.
A OMS aponta ainda que caso as tendências atuais continuem, haverá mais crianças e jovens com obesidade do que com desnutrição moderada e grave até 2022. A doença crônica pode causar uma série de problemas à saúde, como hipertensão e diabetes.
O papel da alimentação
De acordo com a OMS, o cenário é sintomático do quadro de má nutrição, seja a subnutrição, seja a obesidade, que assola todo o mundo. Em uma avaliação promovida em programas das Nações Unidas, crianças e adolescentes passaram de uma maioria com desnutrição para uma maioria com sobrepeso em muitos países de média renda, incluindo no Leste Asiático, América Latina e Caribe.
A publicação aponta a situação como reflexo de um crescimento no consumo de alimentos mais calóricos, especialmente carboidratos altamente processados.
O médico Fernando Guanabara, revela que a obesidade está diretamente ligada a três fatores: ambiente familiar, genética e sedentarismo. “O alto consumo de carboidratos e açucarados e a adoção de estilo de vida diante de rotinas frenéticas faz com que os índices aumentem”.
Riscos para a saúde
De acordo com o Fernando Guanabara explica que uma das principais causas para obesidade é o desequilíbrio entre as calorias que são consumidas e aquelas que são gastas. “Para evitar a doença crônica, é indicado que o controle das taxas metabólicas seja feito com acompanhamento de profissionais”, afirma.
De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feita pelo Ministério da Saúde em 2018, 18,9% dos brasileiros foram diagnosticados com obesidade. A doença é um fator de alto risco para o surgimento de diversas doenças, como diabetes, AVC, hipertensão.
O médico aponta ainda os índices de mortes em decorrência da doença. “A obesidade é considerada uma das principais razões de morte do mundo, estando no 5º lugar do ranking. Em média, 3 milhões de adultos morrem todos os anos”, alerta.
Sono e obesidade
A obesidade influencia e causa um má qualidade do sono e vice-versa. “Isto porque o encurtamento do sono aumenta a produção dos hormônios leptina e grelina, responsáveis pela regulação do apetite. O que, então, faz com a pessoa tenha ainda mais fome. Desta forma, surge um ciclo, no qual as pessoas começam a ingerir um maior número de calorias e consequentemente, há o maior risco de desencadear a obesidade. A solução é dormir a quantidade de hora adequadas”, garante Fernando.
Prevenção
O primeiro passo para prevenir a obesidade é adotar hábitos saudáveis e manter uma rotina equilibrada. A nutricionista Ticyana Falcão atenta sobre o fato de procurar alternativas que contemplem o gosto individual. “As pessoas tem que se conscientizar sobre a importância de aprender a gostar o que faz bem para elas. Apesar da dificuldade, para que o processo dê certo, é preciso persistir na mudança. É essencial procurar ajuda de profissionais, de um nutricionista que seja capaz de respeitar a cultura, a preferência e as limitações dos pacientes”.
A nutricionista elencou 5 dicas para você evitar a obesidade e manter um estilo de vida equilibrado. Confira:
- Evite dietas muito restritivas ou totalmente opostas ao que você está acostumado. Isso eleva o estresse e pode causar ainda mais compulsão e frustrações.
- Substitua o açúcar branco pelo açúcar de coco ou adoçantes naturais, como o Stevia. Faz parte da mudança gradual e te ajuda a se adaptar.
- Atente-se para o funcionamento do seu intestino! Quando em funcionamento normalizado, ele libera peptídeos que tem comunicação direta com o sistema nervoso central, responsáveis pela sensação de saciedade.
- Não é necessário cortar todos os carboidratos da dieta. Você pode substituir carboidratos simples, como massas brancas, por carboidratos complexos, como um macarrão ou pizza integrais.
- Troque o refrigerante por sucos naturais. Outra dica é misturar frutas liofilizadas, água com gás, limão e adoçante natural (Stevia ou xilitol). Garante um sabor doce e gaseificado, semelhante ao refrigerante, porém mais saudável.