O protocolo de uso de medicamentos utilizados para intubação de pacientes hospitalizados por Covid-19 foi modificado no Ceará e gera preocupação. A medida foi tomada para evitar a suspensão do procedimento pela falta de sedativos, anestésicos, bloqueadores musculares e outras substâncias.
Em balanço divulgado no último dia 24 pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), pelo menos, 12 medicamentos estão em falta no Ceará. Dentre eles, está o rocurônio e besitato de atracúrio. Ceará e Maranhão são os estados dos Nordeste com mais fármacos em falta, segundo o ranking do Conass.
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O levantamento mostrou que, dos insumos ainda disponíveis no estado, apenas quatro têm duração estimada entre 35 e 90 dias. Os outros terão duração de, no máximo, um mês. Sem os devidos medicamentos, não é possível fazer a intubação e outros procedimentos, causando o risco de morte dos pacientes.
Isso significa pacientes diagnosticados com Covid-19 que estão internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), que possuem um comprometimento pulmonar maior por conta da doença, sofrerão com a falta desses insumos, já que o abastecimento desses remédios na rede de saúde não atende às demandas atuais. Sendo assim, o procedimento será adiado ou cancelado, aumentando o tempo de internação dos pacientes.
A Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) relata que há uma dificuldade generalizada na compra dos itens por conta da pandemia. Uma solução momentânea apontada pela Sesa é a de que os medicamentos podem ser substituídos por outros da mesma classe terapêutica, em consonância com a oferta do mercado.
Colapso no SUS
A problemática do desabastecimento dos sedativos em âmbito nacional foi denuncia desde o fim do mês de maio pela Comissão Externa de Ações Contra o Coronavírus, da Câmara Federal.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, hospitais já anunciaram a suspensão de procedimentos por falta de medicamentos e insumos.
Dos estados relacionados, o Mato Grosso apresentou mais itens em falta (13), seguido por Ceará e Maranhão (12), Amapá e Tocantins (11), Rio Grande do Norte (10), Roraima, Amazonas e Bahia (9) e Pernambuco (8) , junto às Secretarias estaduais, identificou outros 21 estados que estão em situação semelhante.
O Ministério da Saúde anunciou em 29 de junho ações como a compra de insumos diretamente da indústria, além do acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para importação dos medicamentos. Ainda não foi anunciada as datas de recebimento e distribuição dos insumos.