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Diabetes tipo 5 – Nova classificação acende alerta sobre impacto da desnutrição

Especialista explica que a doença atinge milhões de pessoas em países em desenvolvimento e tem diagnóstico muitas vezes confundido com outros tipos de diabetes

26 de junho de 2025

Uma nova categoria de diabetes foi reconhecida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF): o diabetes tipo 5. Para o endocrinologista e coordenador do curso de medicina do Instituto de Educação Médica (Idomed), Alexandre Silva, a classificação representa um avanço no entendimento e tratamento de formas até então não identificadas da doença. “O reconhecimento oficial do diabetes tipo 5 é um marco para a medicina. Agora podemos identificar os casos e avançar em tratamentos personalizados” afirma o especialista.

Anteriormente conhecida como “diabetes relacionado à desnutrição”, a diabetes tipo 5 atinge principalmente jovens e adultos magros, com histórico de desnutrição na infância ou durante a gestação. É mais comum em países de baixa e média renda, pois está intimamente ligado à desnutrição, sendo mais comum na Índia, Tailândia, Uganda, Etiópia, Nigéria, dentre outros. “Já foi chamado, inclusive, de diabetes tropical. O Primeiro caso foi descrito na Jamaica em 1955”, completa.

Segundo Alexandre Silva, diferentemente do tipo 1, que é autoimune, e do tipo 2, geralmente relacionado ao sobrepeso e à resistência à insulina, o tipo 5 surge por deficiência na formação das células beta do pâncreas, comprometendo a produção de insulina.

Falta de conhecimento

No entanto, o especialista alerta que a falta de reconhecimento da condição leva a diagnósticos equivocados e tratamentos inadequados, “muitas vezes com uso desnecessário de insulina, quando a combinação de medicação oral e suporte nutricional seria mais eficaz”, observa. De acordo com estimativas internacionais, entre 20 e 25 milhões de pessoas podem viver com essa forma de diabetes no mundo.

Com a inclusão do tipo 5, especialistas esperam reduzir o número de casos subdiagnosticados, oferecer tratamentos mais eficazes, além de estimular políticas públicas que combatam a raiz do problema: a desnutrição e a pobreza estrutural.




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