Conversar sobre sexo é complexo, delicado e até mesmo constrangedor para alguns pais. Mas são válidas todas as tentativas de abordar o assunto, para estabelecer uma relação familiar mais segura, garante a psicóloga Márcia Helena Nogueira.
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“Sentindo que existe um espaço para conversas francas o filho se sente mais seguro. Percebe os pais disponíveis e assim criam-se laços de uma confiança mais fortalecida”, explica Márcia. É interessante que o diálogo sobre o tema, aconteça simultaneamente ao momento em que a criança começa a ter conhecimento sobre seu corpo. Quando ela começa a nomear e conhecer quais são suas funções. Assim, ela se torna mais amadurecida e começa a entender sobre as questões biológicas que envolvem nosso organismo.
Quando conversar sobre sexo
Respeitar a curiosidade da criança e, a partir daí, iniciar o diálogo sobre sexo através de suas perguntas, é o mais indicado. Porém, pode ocorrer dessas perguntas não acontecerem. Nesse caso, os pais podem tomar a iniciativa, caso observem a necessidade da criança saber sobre o assunto. “É importante que a criança não se veja impossibilitada de saber sobre o tema. Como se ela fosse proibida de ter esse conhecimento”, alerta Márcia.
Como falar sobre sexo
É importante levantar o assunto aos poucos, pois a criança trará o tema de forma gradativa. O que possibilitará que ocorra mais de uma conversa sobre o assunto. O que acaba sendo mais tranquilo para ambos, pois proporcionar que os pais reflitam sobre as respostas a serem dadas. Podendo estar mais preparados. E esse processo poderá ter um viés educativo mais eficaz. Embora seja sabido que temos uma cultura onde o sexo é visto como um assunto tabu, existem maneiras de incluí-lo na dinâmica familiar. “Através de uma fala simples e que se atenha ao que a criança perguntou preferencialmente”, completa.
Dicas da psicóloga
1- Dizer a verdade é fundamental, e não há necessidade de incrementar a resposta. Foque no que foi perguntado!
Por exemplo: se seu filho perguntar o que é uma camisinha, responda que é um meio de se prevenir de doenças mais sérias. É uma resposta coerente e verdadeira e, dependendo da idade da criança, poderá ser a resposta suficiente.
2- O importante é que a criança não fique sem resposta.
Isso pode fazê-la pensar que os pais não sabem sobre o assunto e, com o passar do tempo, fazer com que essa criança procure respostas em outros locais.
3- Nem sempre você terá as respostas na ponta da língua e é interessante dizer a criança que vai pesquisar sobre o assunto junto com ela.
Isso poderá proporcionar mais segurança na hora de explicar determinado assunto e fará com que a criança perceba que os pais podem aprender juntamente com ela, aumentando a cumplicidade entre todos.
4- A linguagem a ser utilizada deve estar de acordo com a faixa etária.
No caso de crianças, utilizar uma linguagem simples e infantil, não há problema em dizer que alguns detalhes poderão ser conhecidos quando elas forem adultas. A medida em que essa criança vai crescendo, a linguagem “cresce” junto com ela. Os temas vão ficando mais complexos, específicos e vão requerer maior esclarecimento por parte dos pais.
5- Abordar o tema em casa não estimula um vida sexualmente ativa precoce.
Existem estudos que demonstram que jovens que tiveram a oportunidade de uma educação sexual bem orientada, retardaram mais o início da vida sexual ativa, optando pelo melhor momento, como também a pessoa com quem dividiriam esse momento íntimo, numa relação mais pensada, em comparação com jovens que não receberam uma educação sexual realmente eficiente, e que acabaram antecipando esse momento.
Serviço
Márcia Helena Nogueira
Psicóloga
Clínica Humanittas
Clínica de cuidados psicológicos
(85) 999028652 | (85) 98184.1318