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Brasil supera 100 mil mortes por Covid-19

País está em segundo lugar no ranking de mortes no mundo

10 de agosto de 2020
mortes covid-19

Os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais ainda apresentam aumento dos índices de Covid-19.

O Brasil ultrapassou, no último sábado (8), a marca de mais 100 mil óbitos em decorrência da Covid-19. Ao total, de acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa, composto por G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, leva em consideração os dados atualizados de todas as secretarias de saúde dos estados brasileiros.

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Ao total, de acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (10) às 8h, são 3.035.649 casos confirmados e 101.142 mortes pela doença no país. A média móvel – ou seja, a variação dos resultados dos últimos 7 dias em relação à média de duas semanas atrás – é de 1.001 óbitos e 43.137 casos confirmados por dia. Ao total, são 2.118.460 recuperados no país.

Covid-19 por estado

Três estados brasileiros apresentam um aumento no número de casos e óbitos da doença. São eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.

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O Ceará encontra-se entre os estados com tendência de estabilidade, com uma variação de 6% nos últimos 7 dias. Também estão em estabilidade os estados do Paraná, Espírito Santo, São Paulo, Distrito federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Tocantins, Bahia, Pernambuco e Piauí.

Permanecem em queda: Rio de Janeiro, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Repercussão

O país tem destaque negativo internacionalmente, ocupando o segundo lugar por mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins. O primeiro registro de óbito no país aconteceu em 12 de março. No mundo, já foram registrados 19.877.261 casos do novo coronavírus. Além disso, até o momento, foram contabilizadas 731.570 mortes.

A notícia da marca de 100 mil óbitos pela Covid-19 gerou repercussão local e internacional. O Jornal francês Le Parisien, ao noticiá-la, afirmou que “o governo gerencia a pandemia de modo caótico”.

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Já o jornal português Público caracterizou o governo Bolsonaro pela “profunda incapacidade de empatia com os que têm ficado doentes e que morrem, que são sobretudo os mais pobres”.

Protesto

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Coletivo Rebento realiza protesto no Poço da Draga em luto às 100 mil vítimas da Covid-19 no Brasil. Foto: Coletivo Rebento

No Ceará, um grupo de médicos do Coletivo Rebento – Médicos em Defesa da Ética, da Ciência do SUS, realizou uma manifestação em luto e protesto contra o Governo Federal. Na ocasião, os profissionais se reuniram no Poço da Draga, em Fortaleza, e ofereceram flores em homenagens às 100 mil vítimas da doença.

Em publicação nas redes sociais, o grupo publicou que “o coletivo Rebento – Médicos em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS ratifica a reivindicação de responsabilização do presidente Bolsonaro e do Governo Federal, além de mudanças urgentes, para que não tenhamos de chorar, em outubro, a marca de 200 mil mortes”.

Covid-19 no Ceará

No Ceará, no último final de semana, 8 e 9 de agosto, foram registrados 168 casos confirmados e 8 óbitos, de acordo com informações da plataforma IntegraSUS. Ao total, desde o início da pandemia, são 161.044 casos recuperados no Estado.

O último decreto estabelecido pelo Governo do Ceará, em vigor a partir desta segunda-feira (10), mantém os 184 municípios cearenses dentro do Plano de Retomada das Atividades, estando a Capital e os municípios da Macrorregião de Fortaleza na Fase 4; as macrorregiões do Sertão Central, Litoral Leste/Jaguaribe e Norte na Fase 2; e o Cariri na Fase 1.

Ainda que a Capital e a Macrorregião de Fortaleza estejam na última fase, alguns setores não foram liberados, como as aulas em instituições públicas e privadas, bares e cinemas.

Diante desse cenário, as medidas de isolamento, o uso de máscaras e os hábitos de higiene ainda são fundamentais para evitar o avanço da doença no Estado.

“Nossa prioridade absoluta será sempre proteger vidas. É fundamental que todos colaborem, sempre usando máscara e evitando aglomerações”, afirma o governador Camilo Santana, conforme publicado no portal da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

Medicamentos

Até o momento, não existem medicamentos reconhecidos por órgãos de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), que previnam ou curem a Covid-19.

Mesmo assim, polêmicas em torno da utilização da hidroxicloroquina ainda são debates frequentes entre autoridades e profissionais de saúde.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) já se posicionou contra o uso do medicamento, julgando como “urgente e necessário” que a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase de Covid-19 e que o recurso público seja usado em medicamentos comprovadamente eficazes e seguros para os pacientes.

Confira um trecho do documento publicado no portal da SBI no último dia 17 de julho:

“Diante dessas novas evidências científicas, É URGENTE E NECESSÁRIO que:
a) a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da COVID-19;
b) os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais;
c) que o recurso público seja usado em medicamentos que comprovadamente são eficazes e seguros para pacientes com COVID-19 e que estão em falta, tais como anestésicos para intubação orotraqueal de pacientes que precisam ser submetidos à ventilação mecânica, bloqueadores neuromusculares para pacientes que estão em ventilação
mecânica; em aparelhos que podem permitir o diagnóstico precoce de COVID grave, como oxímetros para o diagnóstico de hipóxia silenciosa; em testes diagnósticos de RT-PCR da nasofaringe para pacientes sintomáticos; leitos de Unidade de Terapia Intensiva, bem como seus recursos humanos (profissionais de saúde) e respiradores.”

Vacinas

De acordo com a OMS, há mais de 120 potenciais vacinas em desenvolvimento. Destas, seis estão na última fase de testes antes da aprovação, com estudos realizados em humanos. São elas:

  • Sinovac (China);
  • Instituto Biológico de Wuhan/Sinopharm (China);
  • Instituto Biológico de Pequim/Sinopharm (China);
  • Universidade de Oxford/AstraZeneca (Reino Unido);
  • Moderna (Estado Unidos);
  • BioNTech/Pfizer (Estados Unidos).

A potencial vacina da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca vem apresentando resultados positivos, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com eficácia próxima de 100% quando aplicadas duas doses.

A vacina está sendo testada, também, em cinco mil voluntários brasileiros, em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A pesquisa da universidade britânica encontra-se na terceira fase de testes. A expectativa é que essa etapa esteja concluída até outubro.

O Governo Federal encomendou 100 milhões de doses da vacina, que devem chegar no Brasil em dezembro de 2020 e em janeiro e março de 2021. Além disso, com o acordo entre Brasil e Reino Unido, a Fiocruz poderá produzir a vacina em território nacional, na fábrica de Bio-Manguinhos.




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