Banner SESI

Relacionamento abusivo: identifique e saia dessa situação

O grande amor da sua vida deve ser você

10 de junho de 2019
Relacionamento abusivo: O idealismo enraizado nas relações amorosas, principalmente nas românticas, pode deturpar e enganar sobre a visão que temos da pessoa amada. (Foto: Banco de Dados)

Relacionamento abusivo: O idealismo enraizado nas relações amorosas, principalmente nas românticas, pode deturpar e enganar sobre a visão que temos da pessoa amada. (Foto: Banco de Dados)

Uma relação saudável, independentemente de ser um contexto amoroso, de amizade ou de família, caracteriza-se por promover o bem-estar para quem está envolvido.

Ter um par que some, seja companheiro, respeitoso, amoroso e com gostos compatíveis são premissas para um relacionamento amoroso saudável. No entanto, às vezes isso não é a realidade para muitas pessoas, especialmente para as mulheres. Relacionamentos tóxicos ou abusivos, infelizmente, são mais comuns do que se imagina.

> Alienação Parental: inimiga silenciosa e devastadora
> Uma a cada 10 mulheres é portadora de endometriose no Brasil, aponta Ministério da Saúde
> 6 opções saudáveis para curtir o dia dos namorados em Fortaleza
> Secretaria de Saúde incentiva doação de leite humano para bebês hospitalizados

Como identificar?

Nem sempre é simples identificar e assumir o envolvimento em uma relação abusiva. Porém quando a parte abusada busca autoconhecimento e se conscientiza da importância do amor próprio, fica mais fácil tomar providências para abandonar esse tipo de vínculo. Para isso, o autocuidado, o respeito e a confiança em si devem ser restabelecidos. O primeiro passo é se escutar para avaliar a situação.

Preste atenção nos sinais do seu corpo e da sua mente. O psicológico reage às ações e é seu aliado nessa luta. “Se você sente medo, culpa, um excesso de controle e um tom de ameaça em sua relação, você pode estar em um relacionamento abusivo. A mente pode fantasiar, mas as emoções servem como bússola. Se você se sente bem longe da pessoa, mas mal ao chegar perto dela, então fique atenta e se permita despertar da sua fantasia”, explica a psicóloga Rebeca Morais (CRP 11/06967).

“Em geral, no começo, o abusador parece mesmo um “príncipe encantado” e faz tudo conforme o socialmente estabelecido. No entanto, em seguida, após a “conquista”, começa a abusar da mulher, podando suas roupas, amizades e, em seguida, seus desejos e sonhos. É preciso acolher a responsabilidade das escolhas, inclusive as da paixão. Não é porque você se apaixonou que precisa ficar ao lado daquela pessoa”, alerta a psicóloga.

Violência em números

Além de questões emocionais, outras razões podem caracterizar um relacionamento tóxico. Agressões, tanto verbais quanto físicas, machucam e traumatizam o corpo e o psicológico. E as pesquisas confirmam: em estatística, as mulheres sofrem mais essas violências que os homens. Segundo dados do Instituto Maria da Penha, a cada 7.2 segundos uma mulher é vítima de violência física no Brasil.

As relações sexuais sem consentimento, os estupros, são os extremos atos de violência física. Ao contrário do que muitos acham, não há um cenário ou condição decisivo para que a crueldade se desenvolva. Uma pesquisa feita em 2015 pelo Anuário Brasileiro de Segurança Público registrou 1 estupro a cada 11 minutos. Estima-se que estes sejam apenas 10% do total dos casos que realmente acontecem no país.

O Ipea, com base em dados de 2011 do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde, aponta ainda que cerca de 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. Na maioria dos casos, os crimes são cometidos por homens próximos às vítimas.

“Amor” de Julieta e Romeu

De acordo com a psicóloga, a temática do amor ainda é permeada de fantasias distorcidas. “O reconhecimento social de Romeu e Julieta como sendo a maior história de amor de todos os tempos é a maior distorção sobre o que é o amor, pois conta a história de dois adolescentes que se conhecem em um dia, casam no outro e se matam no terceiro. Se você parar para pensar de forma objetiva e consciente, eles nem se conheciam, não sabiam praticamente nada um do outro e já se amam ao ponto de morrer um pelo outro. Estranho, não é? Será isto o amor: dar sua vida, ou seja, tudo que você tem, para o outro que mal conhece? Bem, acredito que não. Então, o que sustentou aquilo tudo? Provavelmente, a fantasia que faziam um do outro”, pondera Rebeca.

> Dia dos Namorados: kit Quem disse, Berenice
> 6 opções saudáveis para curtir o dia dos namorados em Fortaleza

O idealismo enraizado nas relações amorosas, principalmente nas românticas, pode deturpar e enganar sobre a visão que temos da pessoa amada. Rebeca associa às fantasias com a dificuldade em identificar quando estão em um relacionamento que não está emocionalmente saudável. “Seja porque não há realmente uma compatibilidade genuína de gostos, interesses e projetos de vida, o que é bem possível. No entanto, existem casos mais complicados, pois existem pessoas com um nível tão elevado de fantasia que não conseguem enxergar o outro tal como ele é, caindo, por vezes, em relacionamentos abusivos”, afirma a psicóloga.

Amor próprio

Amar é sobre partilhar o que temos de melhor. No entanto, para estar bem com o outro, precisamos estar bem conosco. Interior, individual. Não é um processo simples e é possível buscar ajuda profissional para esse momento tão difícil. “Caso perceba que está muito confusa, não consegue entrar em contato com as emoções, não consegue identificar se este mal estar é por conta do outro ou de você mesma, talvez seja importante buscar um processo que ajude a desenvolver o autoconhecimento, tal como a Psicoterapia. Afinal, você já é uma pessoa completa, inteira e as relações devem existir para trazer bem-estar”, orienta Rebeca.

> Casal corredor: uma mudança de estilo de vida a dois
> Especial Outubro Rosa: o amor e a luta por trás do câncer de mama

Atente-se para se conectar primeiro com o principal: o amor por você mesma. E, quem sabe depois, de forma saudável, honesta e sincera, possa deixar-se transbordar e potencializar-se junto de outro alguém, alerta a psicóloga.

Atitudes para pôr em prática o amor próprio:

Não tem a ver com narcisismo e sim com bem-estar e desenvolvimento pessoal.

  1. Tenha um bom cuidado pessoal: cuide da sua higiene pessoal, tenha uma boa alimentação, pratique atividade física e durma bem. Seu corpo é seu templo. Cuide bem dele e sua saúde mental agradecerá. Corpo são, mente sã.
  2. Perdoe a si mesma: Não se cobre tanto. Aprenda com os erros e siga em frente.
  3. Identifique e celebre suas qualidades: Se apegue ao que você tem de melhor. Use suas qualidades para fazer o bem e você se sentirá muito mais útil e feliz.
  4. Pare de se comparar com outras pessoas: Não é saudável. Todos temos tempos de amadurecimento e de conquistas diferentes.
  5. Seja grata: ter gratidão eleva sua vibração energética e te faz encarar o mundo de forma muito mais leve.



QUEM LEU ISSO TAMBÉM LEU:







COMENTE: