Por Terezinha Fernandes
Apaixonada por frituras, refrigerantes e embutidos, a dona de casa Hiane Moreira dos Santos, 28, precisou mudar toda a alimentação e hoje está adaptando o paladar para as frutas, verduras e carnes magras. A paciente do Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa), administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), em Sobral, precisou passar por uma cirurgia no estômago e no processo de recuperação foi acompanhada pela Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN).
“Foi um processo doloroso, mas eu sei que se não tivesse sido acompanhada, teria perdido muito peso”, lembra. Logo após a cirurgia, ela precisou passar um tempo em Nutrição Parenteral Total (NPT), ou seja, por via intravenosa, para então fazer a transição até voltar à alimentação oral. Na alta para casa, a paciente recebeu várias orientações. “Agora eu vou precisar cuidar da minha alimentação. Recebi uma folha com tudo o que eu posso ou não comer”, conta.
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O acompanhamento nutricional é feito com todos os pacientes internados no HRN. No entanto, há alguns perfis de pacientes com mais difícil evolução nutricional que são elegíveis a serem acompanhados pela EMTN, equipe composta por médicos nutrólogo, endocrinologista e gastroenterologista, além de enfermeiro, nutricionista e farmacêutico. O EMTN consegue proporcionar desfechos nutricionais favoráveis, além de reduzir os riscos de infecção e até o tempo de internamento dos pacientes. O atendimento aos pacientes acontece por interconsultas ou busca ativa dos profissionais.
“Temos um protocolo de entrada de pacientes no EMTN que contempla os pacientes com mais difícil evolução”, explica a gerente de nutrição do HRN, Patrícia Narguis. Esses pacientes passam por exames físicos e laboratoriais para definir o perfil nutricional deles.
A diretora de gestão do cuidado do HRN, a médica Aline Valeriano ressalta que a EMTN já existia no hospital, mas neste ano ganhou um redesenho. “Estamos com mais profissionais envolvidos na terapia nutricional, o que nos permite alcançar cada vez mais perfis de pacientes”, avalia.
A médica gastroenterologista Nikaelle Ximenes Rios explica que o médico nutrólogo prescreve a dieta específica para os pacientes e que o gastroenterologista avalia a aceitação da dieta pelo paciente. Além disso, é avaliado se há alguma doença de base que possa interferir na dieta do paciente.
A equipe tem atuação intra-hospitalar no acompanhamento de pacientes em dieta oral, enteral ou parenteral. Mas, ao irem para casa, os pacientes também levam orientações de como seguir uma nutrição balanceada de acordo com a realidade de cada paciente. “Caso o paciente saia do HRN necessitando de uma dieta enteral fazemos um parecer técnico para que ele possa solicitar.Se for dieta oral, vamos adaptar de uma forma que a pessoa consiga manter depois”, explica Narguis.