Segundo dados do portal G1, os 20 clubes da elite do futebol brasileiro registraram 721 lesões em 2024, sendo 116 em joelhos. Rafael Leitão, Presidente da SBOT-CE, traz dicas para atletas de fim de semana prevenirem lesões
As últimas semanas marcaram o reinício do Campeonato Brasileiro, trazendo a emoção do futebol para os torcedores de todo o país. No entanto, a alegria pelo retorno da principal competição do país contrasta com a preocupação com o alto número de lesões entre os jogadores, um problema persistente no cenário esportivo nacional. Segundo dados do portal G1, os 20 clubes da elite do futebol brasileiro registraram 721 lesões em 2024, uma leve diminuição em relação aos 741 casos de 2023. No entanto, o número ainda é alarmante e serve de alerta para os riscos enfrentados pelos atletas. O Fluminense liderou o ranking de lesões, com 53 ocorrências, seguido por Juventude (49) e São Paulo (47).
O joelho foi uma das áreas mais afetadas nos profissionais, com 116 casos, resultando em 39 cirurgias, incluindo rupturas do ligamento cruzado anterior (LCA), que afastaram jogadores dos gramados por vários meses. Já as lesões na coxa somaram 330 casos, liderando o ranking das lesões e evidenciando a sobrecarga muscular enfrentada pelos atletas.
Fatores de risco
A intensa maratona de jogos, com partidas a cada quatro dias em média, e o uso de gramados sintéticos são apontados como possíveis fatores que podem ter contribuído para o risco de lesões, embora exista controvérsia na literatura científica quanto ao tipo de gramado. “Se os clubes, com toda a estrutura e acompanhamento médico, sofrem com tantas lesões, imaginem os atletas amadores”, alerta o Dr. Rafael Leitão, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Ceará (SBOT-CE). “É fundamental que a população entenda que a prevenção é essencial, tanto para profissionais quanto para os atletas de fim de semana”, destaca.
O especialista reforça a importância de cuidados como a consulta médica antes de iniciar a prática esportiva para avaliar as condições físicas do paciente, o fortalecimento muscular com o auxílio de profissionais capacitados, o aquecimento e o alongamento antes dos exercícios, além da atenção à técnica correta dos movimentos. “Agachamentos e corridas, por exemplo, exigem posturas que não sobrecarreguem as articulações”, explica Dr. Leitão. “Com esses cuidados, os esportistas podem aproveitar os momentos de lazer com segurança, evitando o afastamento dos gramados e quadras”.
Confira dicas para não sobrecarregar os joelhos e as articulações nas práticas esportivas:
. Avaliação prévia: é fundamental realizar uma consulta médica e uma avaliação física antes de iniciar qualquer atividade esportiva regular, o que pode incluir testes de amplitude de movimento, força muscular e estabilidade ligamentar, além de verificar o histórico de lesões;
. Aquecimento: é um momento muito importante, pois aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos, eleva a temperatura corporal e melhora a lubrificação das articulações, tornando-as mais flexíveis e menos suscetíveis a lesões;
. Fortalecimento muscular: fornecem suporte para as articulações e devem ser realizados sobre acompanhamento de profissional capacitado de educação física.
. Progressão gradual: a progressão da intensidade e duração do exercício deve ser gradual, permitindo que o corpo se adapte e se fortaleça ao longo do tempo. Deve-se evitar aumentos bruscos na carga de treinamento.