Por André Pinheiro
O Hospital Leonardo Da Vinci (HLV) completa três meses de atendimento à pessoas com Covid-19. Nesse período, já recebeu mais de mil e trezentos pacientes, dos quais, mais de setecentos foram curados. Requisitado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), para ser unidade de referência no atendimento exclusivo de pessoas diagnosticadas com coronavírus, o HLV teve como um de seus pacientes recuperados, Rucley Cavalcante Braga, de 48 anos, que resolveu homenagear àqueles que, segundo ele, salvaram sua vida.
Morador do bairro Messejana, zona sul de Fortaleza, Rucley foi um dos primeiros pacientes recebidos pelo HLV. Transferido da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Messejana, ficou internado de 28 de março à 12 de maio, num total de 44 dias. O tempo de internação propiciou o sentimento de apego, o que levou Rucley a idealizar um agradecimento especial aos profissionais do Hospital Leonardo Da Vinci. “Foram mais de quarenta dias lutando pela minha vida. Eu penso que se não fosse a dedicação dos profissionais do Leonardo Da Vinci, teria sido difícil escapar. Por conta disso, quando recebi a alta, só me veio o sentimento de gratidão. Você se apega e o mínimo que eu poderia fazer, era agradecer. Fizemos uma faixa e pedi ao meu irmão que fosse colocar na frente do hospital. Já estou até dando entrevista pra jornal e sempre digo, Deus, em primeiro lugar e o Hospital Leonardo Da Vinci, salvaram a minha vida”, comentou Rucley, emocionado.
Outro paciente que demonstrou sua gratidão aos profissionais do HLV, ao vencer a Covid-19, após 11 dias internado, foi Francisco Domingos de Araújo, de 65 anos. Natural de Itapipoca, cidade localizada na região norte do estado, Domingos passou oito dias na UPA municipal e foi transferido para o HLV, onde ficou de 5 a 16 deste mês, totalizando 11 dias de internação. Por ser diabético, uma das comorbidades agravantes nos casos de Covid-19, Francisco se diz consciente de que o empenho dos profissionais da saúde do HLV, foi fundamental para sua recuperação e deixou seu agradecimento. “Sabia que seria difícil, sou diabético mas, estou bem. Agradeço a todos do Leonardo Da Vinci, se não fosse eles, eu não sei como seria”, disse Francisco com os olhos marejados.
Feliz pela recuperação do pai, Eudino Araújo, 29, filho de Francisco, saiu cedo de Itapipoca para levar o pai para casa. Emocionado ao reencontrar o genitor, Eudino fez questão de prestar sua homenagem àqueles que ajudaram para que o reencontro fosse possível. “Agradeço aos médicos, enfermeiras, assistente social, todos do Hospital Leonardo Da Vinci, por toda assistência recebida pelo meu pai. Eles não esqueceram de nós. Eles entravam em contato comigo, todos os dias. Eu sempre falava com meu pai por videochamada. Me deram mais tranquilidade nesse momento que foi tão difícil”, relatou o filho, demonstrando gratidão e alívio.
E não foram apenas os pacientes curados da Covid-19 que, lembraram dos profissionais da saúde, atuantes no HLV. Os gestores também prestaram as suas homenagens. O diretor presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), Organização Social de Saúde gestora do HLV, Dr. Flávio Deulefeu agradeceu aos funcionários do HLV que, colaboraram para atingir o objetivo de salvar vidas. “É um momento de muita gratidão. É um momento de reconhecimento a todo esforço que vocês fizeram nesse momento tão crítico da nossa história, aqui no Ceará. Muito obrigado por tudo”, agradeceu dr. Flávio. O diretor ainda ressaltou a quantidade de pacientes que já receberam alta nesses 90 dias de atividade do Hospital Leonardo Da Vinci. “Esse propósito tão forte se concretizou aqui, nesse hospital. Esse propósito de Salvar Vidas. Já são mais de setecentas vidas salvas, então, muito obrigado por tudo”, concluiu.
Quando foi convidado para coordenar as UTIs do Hospital Leonardo Da Vinci, em março, o dr. Adaílton Braga não imaginou que em tão pouco tempo, a quantidade de atentimentos e altas na unidade hospitalar, seria tão expressiva. “Quando fui convidado, em março deste mesmo ano, pra coordenar e montar as UTIs do hospital, não pude imaginar a grandeza do que estava acontecendo. Hoje, após três meses do nosso trabalho, já passaram quase mil e quinhentos pacientes pelo hospital. A grande maioria, pacientes que necessitavam de um suporte de terapia intensiva, afirmou Adaílton.
O Coordenador de UTI ainda ressaltou a importância do trabalho em equipe realizado no HLV, em um momento de crise como o que a sociedade vem enfrentando. “Nesse tempo, pudemos perceber, como é importante o trabalho de um time, o trabalho de uma força, o trabalho de um grupo unido. Foram mais de setecentas altas até hoje. Foram quase mil e quinhentos pacientes internados e a cada dia, nós temos sempre em mente, dois objetivos, fazer o melhor sempre, pelo nosso paciente e evoluir para que possamos fazer cada vez melhor. Essa é a experiência que eu tive, após vinte e cinco anos como médico de terapia intensiva. Ter a grande oportunidade de estar à frente, de estar ao lado, de estar junto com um grupo de vencedores que, fes desse hospital, uma das grandes armas para o combate à pandemia”, comentou o médico.
O HLV foi equipado e adaptado para o funcionamento durante a pandemia da Covid-19. Atualmente, o Hospital conta com 216 leitos, sendo 150 de UTI e 66 de enfermaria. Ao todo, 813 profissionais de diferentes áreas atuam na unidade, compondo uma equipe multidisciplinar capacitada para o atendimento à população.