Cerca de metade da população mundial será míope até 2050. Essa projeção é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considerou a miopia como uma “epidemia silenciosa” entre adultos e, principalmente, entre crianças, faixa etária em que o número de diagnósticos tem aumentado significativamente.
Um dos maiores fatores do aumento, explica Giuliano Veras, médico oftalmologista, é a demora em levar a criança ou o adolescente a uma consulta com especialista, o que acabou sendo deixado de lado desde a época em que a pandemia estava mais presente.
Aliadas em deter essa progressão, novas tecnologias surgem no mercado para ajudar. É o caso de novas lentes oftálmicas especiais que usam a tecnologia de desfoque periférico. Esta nova geração de lentes ajuda a retardar a progressão da doença, em média, entre 60% e 67% em comparação às lentes tradicionais. “Essa nova tecnologia não ajuda apenas a corrigir a miopia, mas, com a modificação correta no vidro da própria lente, ajuda o globo ocular a lutar contra a progressão do problema”, afirma Veras.
Aqui em Fortaleza, de acordo com o médico, as lentes já são usadas e prescritas por profissionais para crianças. “Assim que conseguimos localizar o problema, já orientamos os pais a iniciar a utilização dessas lentes em crianças. Ao longo do tempo, conseguimos descobrir que a miopia piora menos ou praticamente não tem avanços significativos”, finaliza o profissional.
A falta de diagnóstico pode levar a consequências graves. A perda de dioptrias — unidade de medida que calcula o grau dos óculos — em crianças não causa apenas problemas de visão, podendo, a longo prazo, ocasionar descolamento de retina, glaucoma e até um tipo de catarata precoce.