Dores nas costas, dificuldade para carregar objetos pesados, andar e até trabalhar. Quem sofre de hérnia de disco sabe o que isso significa. O problema, segundo estimativas, atinge cerca de 5% da população mundial. No Brasil, conforme o IBGE, são aproximadamente 5,4 milhões de brasileiros com a enfermidade.
O aparecimento da doença é maior após os 40 anos, porque, com o passar do tempo, os discos intervertebrais perdem a elasticidade e se tornam mais suscetíveis a lesões. No entanto, o problema pode atingir pacientes em qualquer idade.
“A hérnia de disco é uma doença multifatorial, e seu aparecimento pode ser por predisposição genética e fatores do dia a dia, como sedentarismo, sobrepeso, trabalhar longos períodos ou erguendo peso excessivo”, explica o ortopedista e especialista em coluna Romero Bilhar, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Seção Ceará (SBOT-CE).
> Campanha Junho Violeta tem atendimento de avaliação e diagnóstico de ceratocone
Mas o que caracteriza a hérnia de disco? Conforme o médico Romero Bilhar, o tipo de dor ocasionada por ela é bem característica. “O principal sintoma da hérnia de disco está relacionado ao pinçamento de uma raiz nervosa, podendo ocorrer dor, dormência, formigamento irradiando da coluna para os braços e as pernas. O grande sinal indicativo é a mudança no padrão de dor: uma pessoa que anteriormente tinha dor na coluna passa a apresentar uma irradiação para o membro”, alerta o especialista em coluna.
Diagnóstico
Detectar o quanto antes o problema é fundamental para o sucesso do tratamento. O diagnóstico envolve a história clínica do paciente, exame físico e exames complementares, sendo o de maior precisão a ressonância magnética. “A importância de se fazer um diagnóstico precoce é de instituir um tratamento adequado o mais rápido possível, a fim de evitar piora e riscos neurológicos”, observa Romero Bilhar.
> Catarata infantil: especialista lista as causas e explica como tratar a doença
Na maioria dos casos – em torno de 70% – o tratamento da hérnia de disco é conservador, e envolve medicações para controle dos sintomas, fisioterapia e atividade física. “Em alguns casos, em que não houver resolução com o tratamento conservador, procedimentos específicos podem ser realizados, como infiltrações e cirurgia para remoção da hérnia, podendo esta última ser realizada por endoscopia, ou seja, por vídeo, ou por microscopia, aberta por uma pequena incisão”, descreve o ortopedista Romero Bilhar, membro da SBOT-CE.
Também é importante ressaltar a importância da prevenção. Medidas simples, como manter uma postura correta, praticar atividade física, evitar o levantamento de peso excessivo e adotar práticas ergonômicas no trabalho, podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver hérnia de disco.