O glaucoma, doença ocular que pode levar à cegueira, é desconhecida por grande parte dos brasileiros. Segundo a pesquisa “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, realizada pelo Ibope Inteligência, quatro em cada dez pessoas no país não conhecem a enfermidade. O resultado preocupa profissionais de saúde, já que trata-se de uma doença silenciosa e sem cura.
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Conforme o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, em 80% dos casos, o paciente não apresenta sintomas logo que a doença se instala. O médico glaucomatólogo Alexis Galeno explica que, geralmente, os sintomas do glaucoma aparecem quando o estágio está mais avançado. Por isso, é importante realizar, com frequência, um acompanhamento com oftalmologista.
“Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de se evitar a perda da visão. Embora a doença não tenha cura, na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo”, afirma o especialista.
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De acordo com Alexis, determinados fatores aumentam as chances de alguém ter glaucoma. A doença se manifesta com mais frequência nos seguintes grupos:
- Pessoas negras;
- Pessoas que tenham histórico da doença na família (hereditariedade);
- Idosos;
- Portadores de alto grau de miopia;
- Pessoas que utilizem, de forma constante, colírios com corticoide na composição.
Pesquisa
O estudo “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, realizado pelo Ibope Inteligência, avaliou o nível de conhecimento de 2,7 mil internautas sobre a doença. Os participantes são provenientes de sete estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Pernambuco.
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Os resultados da pesquisa mostraram que o índice de desconhecimento chega a 53% entre jovens com idade entre 18 e 24 anos e a 71% entre adultos com 55 anos ou mais. Há, ainda, diferença em relação ao gênero: 44% dos homens consultados estão desinformados sobre o assunto, contra 38% das mulheres.
Além disso, a informação de que o glaucoma pode causar cegueira foi um aspecto desconhecido por mais da metade (53%) dos entrevistados da sondagem feita pelo Ibope Inteligência.
Complementando os demais dados, os pesquisadores do Ibope Inteligência apontam que quase metade (47%) das pessoas ouvidas acredita que a relação entre hereditariedade e glaucoma é um mito ou declarou não saber desse fato.
Já 90% não associam a patologia com o recorte étnico-racial, taxa parecida entre entrevistados negros (86%). Ainda em relação aos públicos de risco, verificou-se que 63% entendem que doenças metabólicas, como o diabetes, podem aumentar o risco de glaucoma.