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Especialista em reprodução humana alerta sobre os perigos da inseminação caseira

Prática que vem se espalhando por grupos de internet expõe a facilidade, mas esconde os perigos de realizar esse procedimento sem o acompanhamento profissional

22 de agosto de 2022

Meios de engravidar com métodos pouco convencionais estão se tornando virais em grupos de redes sociais que contam com centenas de participantes. A prática que vem se espalhando recentemente é a de inseminação artificial caseira, em que as tentantes podem localizar um doador de material genético e, inclusive, comprar online um kit que inclui testes de ovulação e até um cateter ou seringa, para conduzir o esperma até próximo do útero.

O médico especialista em reprodução humana Marcelo Cavalcante alerta que essa prática é irregular e sem amparo científico. Além disso, ela pode causar prejuízos em vários sentidos para a mulher ou o casal.

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Inseminação caseira

“A inseminação caseira é uma forma de engravidar sem sexo ou por ajuda médica. O casal procura um doador clandestino de sêmen, que faz essa coleta do esperma. Esse material, colocado em uma seringa ou até mesmo de um cateter, é injetado diretamente no útero pela mulher que irá engravidar. Só nesse primeiro momento os riscos vão muito além de uma infecção por conta de material impróprio. O contato com o sêmen de uma pessoa desconhecida pode acarretar na transmissão de doenças”, explica o médico.

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Várias doenças podem ser transmitidas pelo sêmen. Entre as mais graves estão a infecção pelo HIV e a sífilis, que podem acarretar sérias consequências para a mulher e até para o bebê. Além disso, para fazer o tal procedimento introdutório, o sêmen requer um preparo adequado antes de ser inseminado no organismo da mulher. Sem esse preparo, reações severas podem ocorrer, como um choque anafilático e traumatismos vaginais, devido a manipulação inadequada dos materiais.

Falta de acessibilidade pública

Muitos fatores podem levar um casal a fazer esse tipo de procedimento caseiro. Marcelo explica que, atualmente, não há uma acessibilidade pública que consiga atender aos que estão na espera. Nos grupos, casais homoafetivos formados por mulheres são os que mais procuram o procedimento, principalmente por não ter meios de pagar uma inseminação artificial em clínicas particulares. Em menor número, casais heterossexuais em que o homem possui problemas de fertilidade também procuram a prática caseira.

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“Existe a chances de um teste dar positivo depois do procedimento doméstico, porém, devem ser levados em conta todos os riscos à saúde, complicações e estresse que o bebê possa passar, além dos danos psicológicos”, alerta o profissional.




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