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Doenças sexualmente transmissíveis podem comprometer a fertilidade

É preciso redobrar os cuidados e se proteger

12 de dezembro de 2016

fertilidade-e-hivNo mês de dezembro, o mundo inteiro volta as atenções pela conscientização e o combate à Aids, doença que, em 2015, voltou a assustar com o aumento do número de casos no Brasil e na América Latina. Segundo a UnAIDS, programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a doença, o número de pessoas que vivem com Aids no país passou de 700 mil para 830 mil, entre 2010 e 2015. No restante do mundo, o número de novas infecções caiu, mas de forma pouco expressiva, passando de 2,2 milhões em 2010 para 2,1 milhões em 2015, ainda segundo relatório da UnAIDS, divulgado em julho deste ano.

Causada pelo vírus HIV, o contágio pela AIDS ocorre mais comumente por meio do contato sexual sem a proteção de preservativos com uma pessoa contaminada. Mas a doença também pode ser transmitida por transfusão sanguínea e compartilhamento de objetos cortantes. Ao contrário do que muitos pensam, possuir o vírus HIV não é o mesmo que ter AIDS. Ela é o estágio mais avançado da doença, quando o sistema imunológico encontra-se bem debilitado.

A AIDS ainda não tem cura, mas diferentemente do que se pensava nos primeiros anos de descoberta da doença, seu o diagnóstico não significa uma sentença de morte imediata. O que ela gera é uma grande instabilidade no sistema imunológico e o portador fica mais suscetível e vulnerável a doenças consideradas oportunistas, como a pneumonia, que acomete o organismo quando a imunidade está baixa.

 

DSTs x Fertilidade

 

Além disso, a AIDS, assim como outras doenças sexualmente transmissíveis, como cancro mole, clamídia, gonorreia, HPV, herpes genital, sífilis e tricomoníase, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como a infertilidade permanente, principalmente nas mulheres, embora homens também sejam afetados.

“Geralmente, a população mais atingida pelas DSTs é a de jovens em idade fértil. As complicações são imediatas, causando inflamação nos genitais internos do homem e da mulher, que podem provocar a infertilidade de ambos. Apenas uma minoria percebe algum sintoma. As doenças inflamatórias da pelve são as grandes vilãs da fertilidade”, explica o médico especialista em medicina reprodutiva e diretor da Clínica Fertibaby Ceará, Daniel Diógenes.

Nas mulheres, elas costumam afetar a tuba uterina, que é o caminho percorrido pelos espermatozoides para chegar ao óvulo, inflamando-a e obstruindo-a, levando a mulher a desenvolver uma gravidez fora do útero, ou ectópica. Nestes casos, o feto não se desenvolve no local apropriado e, geralmente, não sobrevive, e, ainda que resista, durante a gestação, pode destruir as estruturas maternas e causar o nascimento de crianças com malformações. Durante o parto, podem atingir o recém-nascido, causando doenças nos olhos e pulmões.

“As infecções das DSTs podem ainda, em casos mais graves, gerar pequenos tumores. O tratamento pode resultar na retirada do ovário e da tuba atingidos, o que reduz significativamente a reserva ovariana. Assim, mesmo com tratamentos de reprodução assistida, a mulher encontra mais dificuldades de engravidar”, pontua o especialista. Nos homens, os efeitos podem ser a infecção do canal da urina, da próstata e do epidídimo, que é a parte do corpo masculino onde ocorre o amadurecimento dos espermatozoides. Quando afetada, a qualidade do sêmen pode ficar comprometida.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente o tratamento específico para a doença, com o uso de medicamentos antirretrovirais, o que ajuda os portadores a terem uma vida considerada normal. Com a melhora da qualidade e da expectativa de vida, muitos portadores querem formar família. Para isso, teriam de descumprir a principal recomendação dada pelos médicos: usar sempre camisinha. Dessa forma, uma das possibilidades para os casais em que um dos parceiros tem HIV e que há o desejo de gerar um filho, é recorrer à reprodução assistida, reduzindo ou zerando as chances de infecção do cônjuge.

Quando o homem é o portador do vírus, o processo para que não ocorra a contaminação da parceira é simples. O sêmen é recolhido e analisado para ver a taxa viral que o homem carrega. Caso seja muito alta, o tratamento é anulado e o espermatozoide não poderá ser utilizado, mas se o número for baixo, o sêmen passa por um processo de lavagem, no qual o vírus é retirado completamente. Depois, o espermatozoide é inserido direto no útero ou fecundado no óvulo ainda no hospital, e em seguida, plantado no útero da mulher. Com esse processo, a probabilidade da criança ter o vírus é zero.

“Quando a mãe é soropositiva a chance da criança ser contaminada é somente na hora do parto pelo contato com o sangue. Para que isso não aconteça, antes do parto é feita a Terapia Antiretroviral na mãe, o que diminui a taxa viral, além do parto ser feito por meio de cesárea eletiva”, explica Daniel.

 

Serviço

 

Clínica Fertibaby Ceará
Daniel Diógenes




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