A saúde do trabalhador deixou de ser apenas uma obrigação legal para se tornar um ativo estratégico dentro das organizações. É o que defende a médica nutróloga Roberta Siqueira, que atende no Complexo be.uclinic, em Fortaleza. Segundo ela, os indicadores de sucesso nas empresas mudaram: se antes o foco estava restrito a lucro e produtividade, hoje o diferencial competitivo passa pela saúde física e mental de quem constrói o negócio. “O bem-estar deixou de ser um benefício opcional e passou a ser um KPI estratégico, tão crucial quanto o faturamento”, afirma.
Nesse cenário, a especialista apresenta um modelo de medicina integrada e preventiva, que substitui a visão tradicional e reativa da saúde ocupacional. Enquanto a medicina corporativa clássica se restringe a ergonomia, exames admissionais e periódicos, com atuação corretiva apenas diante da doença, a abordagem integrativa propõe prevenção contínua e personalizada. Ela contempla pilares como alimentação, sono, atividade física, saúde mental, manejo do estresse, conexões sociais e propósito, utilizando ferramentas modernas como acompanhamento médico multidisciplinar, nutrição baseada em evidências, apoio psicológico, telemedicina e monitoramento de marcadores de saúde.
Para a médica, a pandemia acelerou essa transformação ao expor os impactos do estresse, da má alimentação e do sedentarismo na sustentabilidade das empresas. “Ficou claro que não bastava oferecer exames periódicos. Era necessário um suporte integral que ajudasse colaboradores a desenvolver hábitos saudáveis, equilibrar corpo e mente e se preparar melhor para os desafios”, explica. A estratégia, segundo ela, já mostra resultados concretos: redução de absenteísmo e turnover, maior engajamento, criatividade e retenção de talentos. “Os colaboradores permanecem onde se sentem cuidados.”
A tendência é global. Companhias como Google, Microsoft e Nubank já investem em programas de saúde corporativa que incluem apoio psicológico e financeiro, incentivo à atividade física, ações de ergonomia, plataformas de bem-estar e telemedicina. O Brasil, contudo, ainda enfrenta barreiras para ampliar essa prática: cultura organizacional reativa, resistência ao investimento de médio e longo prazo, falta de informação e programas fragmentados que reduzem resultados.
Para Roberta Siqueira, a solução está em mudar a mentalidade empresarial. “A medicina integrada e preventiva é a evolução natural da saúde ocupacional. Cuidar das pessoas não é custo, é estratégia inteligente. Empresas saudáveis são feitas de pessoas saudáveis”, defende.
Serviço
Nutróloga Roberta Siqueira
Av. Desembargador Moreira, 1300 – Torre Sul, sala 1614 – BS Design – Fortaleza/CE
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