Segundo o ministério da saúde, o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil, responsável por 30% de todos os casos de tumores registrados no país. Apesar da alta incidência, a doença apresenta grandes chances de cura quando identificada precocemente. O Dezembro Laranja reforça a importância da atenção aos sinais do corpo e da adoção de hábitos preventivos no dia a dia.
Conforme explica o cirurgião oncológico e diretor de Gestão do Cuidado e do Ensino do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), Jefferson Oliveira, pessoas de pele clara, com histórico familiar da doença, que possuem muitas pintas ou que trabalham expostas ao sol por longos períodos fazem parte do grupo de maior risco para o desenvolvimento do câncer de pele.
Além desses fatores, merecem atenção o histórico de queimaduras solares, especialmente na infância e adolescência; a exposição solar intensa e intermitente, comum em ambientes como praias e piscinas, sem o uso adequado de proteção; a idade avançada, já que os danos causados pelo sol são cumulativos ao longo da vida; e o sistema imunológico enfraquecido, observado em pessoas transplantadas, em tratamento oncológico ou com doenças imunossupressoras.
Como identificar uma lesão suspeita?
A observação da pele é um passo fundamental para o diagnóstico precoce. Lesões que mudam de cor, tamanho ou formato, apresentam bordas irregulares, coçam, sangram ou não cicatrizam devem ser avaliadas por um profissional de saúde. Pintas assimétricas, com diferentes tonalidades ou maiores que 6 milímetros também merecem atenção. “Preste atenção em locais expostos ao sol, mas que não damos a atenção necessária, como o couro cabeludo. Por fim, não deixe de observar a evolução de qualquer nova formação em sua pele. Se ela cresce rapidamente, merece atenção”, explica.
Prevenção
A maior prevenção é o uso de protetor solar mesmo em dias nublados, evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, utilizar chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV são medidas essenciais para reduzir os riscos. Além disso, a realização de consultas periódicas contribui para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
Encontrei uma lesão e agora?
O primeiro passo é não ficar em pânico, seguido de tentar agendar uma consulta ou então ir em um pronto- atendimento, onde o médico que atendeu primeiro irá fazer o encaminhamento para o profissional adequado. Os próximos passos se referem a confirmação do diagnóstico com a coleta do material e a análise que acontece por meio da biopsia realizada com uma leve anestesia no local. Após isso, novos exames podem ser pedidos ou então ser passado o tratamento, que, muitas vezes, é a remoção da lesão ou outra abordagem.
“Mesmo com a cura, ou a remissão, a preocupação de qualquer nova alteração precisa ser contínua. Informação, prevenção e cuidado contínuo são aliados importantes no combate ao câncer de pele”, finaliza o médico.


