Janeiro é o mês oficial de combate à Hanseníase, doença infecciosa caracterizada por manchas brancas e avermelhadas na pele causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae).
Para ajudar no combate e prevenção da doença, foi criada a campanha mundial “Janeiro Roxo”. Ações de conscientização, palestras e rodas de conversa acontecem em todo o país, como forma de desmistificar os preconceitos com a hanseníase.
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No Ceará, 1700 novos casos foram registrados até o fim do ano passado, segundo último boletim epidemiológico da Secretária da Saúde do Estado (Sesa). O número, apesar de ainda ser alto, é o menor desde 2007. De 30,2 casos por 100 mil habitantes em 2007, os casos diagnosticados foram para 18,9 casos por 100 mil habitantes em 2016, uma redução de 30,3%.
A dermatologista Hercilia Queiroz lembra que a enfermidade é antiga, mas devido à incidência cada vez mais alta seus índices preocupam as autoridades em saúde no Brasil. “Apesar de ser uma doença que se manifesta na pele, a doença pode atingir diversas áreas do corpo e é capaz de causar incapacidades e deformidades no paciente diagnosticado tardiamente”, destaca a especialista.
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas que identificam a Hanseníase são:
- Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor
- Áreas com diminuição dos pelos e do suor
- Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas
- Inchaço de mãos e pés
- Diminuição sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos
- Úlceras de pernas e pés
- Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos
- Febre, edemas e dor nas juntas
- Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz
- Ressecamento nos olhos
Transmissão
A Hanseníase é considerada uma doença contagiosa, sendo transmitida entre pessoas. O indivíduo infectado pode eliminar a bactéria pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis.
Quando esse contato é feito em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, as chances de infecção são ainda maiores. No entanto, assim que iniciado o tratamento, quem estiver infectado deixa de transmitir a doença.
Sem tabu: Hanseníase tem cura
Por ser uma doença antiga, ainda há o estigma de que a doença é incurável. No entanto, com o tratamento adequado, é totalmente possível livrar-se do problema.
A dermatologista ressalta que manchas com alteração de sensibilidade na pele podem ser discretas e persistir por anos sem o diagnóstico, se o paciente não buscar atendimento capacitado por médico ou equipe na Unidade Básica de Saúde.
Ainda segundo Hercilia, muitos já tiveram contato com a bactéria sem nem mesmo saber, o que corrobora a importância do acompanhamento clínico. “A transmissão ocorre pela respiração e contato prolongado com doentes sem tratamento. Há no organismo uma defesa natural e somente algumas pessoas se tornam suscetíveis à doença. A Sociedade Brasileira de Dermatologia apoia a causa também buscando informar sobre a gravidade, além de orientar e contribuir para a redução do preconceito acerca da hanseníase”, disse a médica.
Tratamento gratuito
O tratamento para hanseníase é gratuito e oferecido na rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS). O Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, do Governo do Ceará, é uma das principais referências de acompanhamento e atendimentos a pessoas com hanseníase.
Ações gratuitas do “Janeiro Roxo” no Ceará
A Secretaria da Saúde do Ceará promove atividades como palestras, rodas de conversa, exames dermatoneurológicos, busca ativa de casos novos e capacitação de líderes comunitários e profissionais de saúde ocorrerão nas centrais do Vapt Vupt em Messejana e Antônio Bezerra, terminais de ônibus, unidades prisionais, abrigos, centros comunitários e hospitais.
Programação
23 de janeiro – Roda de conversa e realização de exames
Hora: 8 às 10h / 13h30 às 15h30
Local: Hospital Universitário Walter Cantídio (Ambulatório)
25 de janeiro – Roda de conversa e realização de exames
Hora: 8 às 10h / 13h30 às 15h30
Hospital Universitário Walter Cantídio-HUWC (Ambulatório)
29 de janeiro – Roda de conversa e panfletagem
Hora: 9 às 12h
Vapt Vupt de Antônio Bezerra – Rua Demétrio de Menezes, 3750, ao lado do terminal de ônibus do Antônio Bezerra
30 de janeiro – Roda de conversa e panfletagem
Hora: 9 às 12h
Vapt Vupt de Messejana – Av. Jornalista Tomaz Coelho, 602, ao lado do terminal de ônibus de Messejana
30 de janeiro – Ações de busca de casos no presídio
Hora: 8 às 17h
Complexo Penitenciário –SESA/SEJUS
30 de janeiro – Palestra – Saúde do Trabalhador
Hora: 7 às 8h
Obra reserva da praça – Rua Vilebaudo Aguiar, 200, Cocó
31 de janeiro – Webpalestra – Manejo clínico acerca das reações da Hanseníase
Hora: 14 às 16hLink: http://webconf2.rnp.br/rutehuwcufc