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Para amamentar melhor

Dicas para não enfrentar problemas na hora de alimentar seu bebê

18 de junho de 2014
mamar

A hora de amamentar nem sempre é aquele comercial de margarina todo que vemos muitas vezes na televisão. Muitas mulheres passam por grandes dificuldades quando começam a amamentar os seus bebês, principalmente quando são mães de primeira viagem, ainda sem experiência e com enorme expectativa. Para ajudar as mamães que estão passando por isso ou para preparar aquelas que estão planejando seu bebê, nós conversamos com a enfermeira neonatologista Poliana Plutarcho, de Fortaleza.

Poliana trabalha diretamente com essas mamães e nos conta que a maior dificuldade que essas mulheres encontram para amamentar a primeira vez a de é colocar o bebê na posição ideal para evitar lesões nos mamilos. “Conseguir com que o recém nascido faça a pega correta para que a sucção seja adequada é um grande desafio pra essas mães, elas não sabem se o leite está saindo na quantidade ideal, não conseguem acordar o bebê para mamar, ele se irrita após a mamada e a mãe acha que é fome e assim vai se frustrando”, afirma a especialista. Outra dificuldade é descobrir o tempo da mamada, além disso, alguma mulheres têm mamilos invertidos o que também se torna um obstáculo no momento de aprender a lidar com a amamentação.

Muitas dúvidas podem ser tiradas ainda no pré-natal, mas quando o bebê nasce elas ainda são muito frequentes. Logo após o parto, é necessário estimular e colocar o bebê no seio na primeira meia hora, pois ele está alerta e facilita que ele encontre o peito sem muitas dificuldades. No entanto, Poliana explica que não é comum que aconteça isso, pois os bebês passam por uma rotina de cuidados que os deixam longe das mães fazendo com que eles percam o contato.

Veja algumas dicas que podem ajudar a facilitar a amamentação:

1-Para fazer o bebê pegar o peito: para isso a mãe deve tocar com o bico do peito no lábio superior do bebê que, por reflexo, vai abrir a boca e nesse momento, num movimento rápido, ela aproxima a criança do peito para que ela abocanhe a areola e não somente o bico. A enfermeira explica que muitos bebês abocanham inicialmente o bico e depois, no decorrer das sucções, chegam até a areola, causando dor e lesão nos mamilos. “Nos três primeiros dias a maioria das mães ficam aflitas porque não veem saída de leite em abundância e as mamas continuam secas, mas isso ocorre por causa do colostro, que é o primeiro leite da mamada que é muito rico em proteína e anticorpos e não sai em abundância, e sim em pequenas quantidades de gotas gelatinosas, mas que satisfazem o bebê”, diz a especialista

2-Para acordar o bebê: nesse momento a mamãe deve ir com calma. Ela deve pegá-lo no colo, retirar a manta, pegar a mãozinha dele e tocar na própria boca e calmamente trocar a fralda. Assim, ele irá para o peito mais esperto e alerta e mamará melhor. Os bebês dormem muito podendo dormir de 16 a 20 horas por dia, mas as mães deve estar atentas, pois o eles deve mamar com intervalo máximo de 4h para evitar o risco de hipoglicemia. Durante a mamada a mãe deve toca-lo para que ele perceba que está sendo estimulado para acordar e não para fazê-lo dormir, pois às vezes o bebê fica dormindo no peito e não mama bem e quando ele é retirado do peito chora intensamente porque não mamou adequadamente.

3-Para saber o tempo da mamada: geralmente um recém nascido mama bastante tempo, cerca de 40min em média. O ideal é que ele seja amamentado em uma mama por vez para que consiga retirar as três fases do leite na mamada: água e sais minerais, proteínas e, por ultimo, a gordura que dá saciedade e deixa o bebê dormir mais tempo. É bom evitar o uso de desmamadeiras, no período da descida do leite elas podem causar fissuras profundas nos mamilos. Só use orientada por um profissional. Nos primeiros dias o ideal é fazer a retirada manual do leite.

4-Para fazer o bebê parar de chorar: após uma mamada eficaz, isto é, se a mãe percebeu que ele sugou bem, mas mesmo assim ele começou a chorar em pouco tempo, é importante ver outras causas do choro: frio, calor, fralda suja, vontade de fazer “xixi” ou “cocô”, necessidade de colo, entre outros.

5-Para saber se o bebê está mamando bem: quando se coloca um bebê para mamar a mãe deve sempre tentar fazer uma mamada eficaz. Para saber se ele está mamando bem ela pode avaliar pela quantidade de xixi que o bebê faz em 24h, pois deve encher cerca de 6 a 8 fraldas. Já as evacuados podem ser frequentes ou espaçadas, varia de criança para criança.

6-Para não deixar de amamentar: no caso de mães que tenham problemas na anatomia dos mamilos (mamilos invertidos) ou fizeram alguma cirurgia mamaria que tenha retirado a areola, devem ser orientadas especialmente quanto a pega do bebê no seio, a produção e a saída de leite em quantidade adequada. Muitas mães por falta de orientação deixam de amamentar. Os bancos de leite são especializados nessas orientações e tem profissionais que fazem uma consultoria em amamentação na própria residência e ajudam centenas de mães a terem sucesso em amamentar seus bebês.

7-Para fazer durante a gestação: durante a gestação é muito importante que o profissional que faz o pré-natal avalie as mamas das pacientes e a ajudem com algumas medidas. Fazer banhos de sol por 15 minutos diariamente, usar conchas de silicone para estimular a saída do mamilo, caso seja invertido. Evitar passar toalhas ou buchas para não estimular contrações uterinas. Caso tenha alguma cirurgia mamaria avaliar se precisa ser acompanhada após o nascimento do bebê.

MITOS DA AMAMENTAÇÃO

Poliana afirma que existem alguns mitos em relação a produção de leite. “Comer rapadura preta, cuscuz, caldo de cana, ou uma espécie de gergelim para aumentar a produção de leite são mitos. Na realidade, a produção de leite está ligada a vários fatores internos e externos. O que a mãe deve fazer para manter uma produção adequada é tomar bastante líquido durante as mamadas, dormir enquanto seu bebê dorme, tomar banho com água morna para relaxar, massagens na região do pescoço e ombros e ter ajuda nos afazeres domésticos”, explica a enfermeira neonatologista. Ela afirma, ainda, que as mães que são muito ansiosas, que não conseguem dormir nos intervalos das mamadas, que tenham algumas patologias endocrinas (hipotireoidismo é a mais comum), que tem depressão pós-parto, que tiveram bebês prematuros e ficaram muito tempo sem estimular a mama, podem ter diminuição na produção de leite. Essas mães devem ser acompanhadas mais de perto e estimuladas a fazer uma relactação, que são técnicas que ajudam a melhorar a produção de leite para o seu bebê.

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Poliana Plutarcho

Enfermeira Neonatologista




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