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China registra primeiro recém-nascido com anticorpos para o Covid-19

Os anticorpos foram identificados por meio de teste sanguíneo duas horas após o nascimento, mas sem presença do vírus

1 de abril de 2020
O caso ocorreu em Wuhan, cidade de origem da pandemia de Covid-19

O caso ocorreu em Wuhan, cidade de origem da pandemia de Covid-19

Foi registrado na cidade de Wuhan, na China, o nascimento do primeiro bebê com anticorpos para o Covid-19. De acordo com o estudo realizado e apresentado na Associação Americana de Medicina, a mãe foi contaminada com o novo coronavírus ao final da gestação, em janeiro, e a criança, nascida no final de fevereiro, não foi detectada com o vírus e teve resultado positivos para anticorpos.

De acordo com o especialista em medicina reprodutiva e diretor da Fertibaby, Daniel Diógenes, o caso acende um alerta para uma possível transmissão vertical da doença, quando ela acontece ainda no útero, durante a gestação. “Ainda é muito cedo para afirmarmos que há essa transmissão, mas o caso chama a atenção pelo resultado positivo de anticorpos”.

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Daniel explica que exames de sangue para identificar qualquer tipo de infecção se baseiam nos resultados positivos e negativos para dois tipos de anticorpos: o IgG, que significa que o paciente já teve a infecção alguma vez na vida; e IgM, que confirma uma infecção recente.

“No caso do recém nascido o resultado foi positivo para os dois anticorpos, IgG e IgM, ou seja, a criança tinha tido contato com o coronavírus recentemente, seu organismo formou uma resposta imunológica ao vírus, porém, o vírus não foi mais encontrado na nasofaringe da criança imediatamente após o nascimento. Como assim que nasceu, a criança não teve contato com a mãe e não foi amamentada por ela, só reforça a possibilidade que o contato do vírus com essa criança deve ter ocorrido dentro do útero da mãe.”, reforça Dr. Daniel.

Além disso, o profissional reforça que, como a criança, quando testada, tinha apenas duas horas de vida, e para um teste positivo de IgM e IgG são necessários de três a sete dias depois da infecção, isso significa que o bebê esteve contato com o vírus durante a gravidez, ainda no útero.

Sem sequelas

O especialista reforça que apesar da possível transmissão da doença ainda durante a gestação, a criança não apresentou sequelas. “Diferente do que tivemos nos casos de Zika há alguns anos, o bebê nasceu saudável e sem nenhuma sequela, o que é um excelente sinal. Mas estamos falando de apenas um caso até o momento, então é sempre importante as mães, principalmente as que estão nos últimos meses da gravidez, terem um cuidado dobrado.”

Diógenes enfatiza que o coronavírus, assim como qualquer infecção, pode levar ao parto prematuro, que é uma situação que coloca mães e bebês em risco. A recomendação do especialista é seguir os mesmos cuidados para qualquer pessoa. “Nesse período mais crítico deve ter higienização das mãos, evitar aglomerações, ter uma boa alimentação para aumentar o sistema imunológico, por exemplo”, afirma dr. Daniel.




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